Othon Bastos comemora 100ª apresentação de “Não me entrego, não!”
"Avante!’ E assim vou indo", diz o ator, 91 anos, que há sete meses tem lotado no Teatro Vannucci

Othon Bastos comemorou a 100ª apresentação de “Não me entrego, não!”, nesse fim de semana, no Teatro Vannucci, no Shopping da Gávea. Depois de seis meses ininterruptos na sala, ele estendeu as apresentações para janeiro e fevereiro, sempre com lotação máxima. Logo depois do carnaval, em março, ele vai pra São Paulo com a montagem. “Farei a peça enquanto o público deixar. É ele que está dizendo para mim: ‘Continue, avante!’. E assim vou indo. Esse espetáculo não é meu. É nosso”, disse o ator de 91 anos.
A peça tem autoria e direção de Flávio Marinho, amigo do ator há décadas e durante o verão, ganha data extra, uma matinê às quintas-feiras, às 17h, o que mostra a incrível resistência do artista, num espetáculo que consome uma grande energia física do artista.
Ele contracena com a sua própria “memória”, com a atriz Juliana Medela trazendo observações às suas falas. “A ideia de ter a minha memória em cena foi minha, achei que seria interessante ter uma espécie de Alexa em cena. Ela entra para fazer descrições”, diz Othon. Na estreia, em junho de 2024, o ator disse à coluna: “Eu pensei como é maravilhoso contar a vida de alguém no palco. E aí falei com o Flávio que eu queria fazer um espetáculo com ele sobre a minha vida – e entreguei umas 600 páginas de pensamentos escritos sobre coisas que eu gosto, autores, anotações… Ali tinha um resumo bom sobre mim. E fomos fazendo: ele leu, entendeu e foi montando”. Naquele dia eles não imaginariam que os acontecimentos da vida de Othon seria esse celebrado sucesso.