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Lu Lacerda

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Jornalista apaixonada pelo Rio

Marie Bèndelac: como lidar com perfis dominantes sem brigar?

Perfis dominantes costumam ser assertivos, competitivos e, muitas vezes, impacientes com processos colaborativos

Por lu.lacerda
Atualizado em 7 abr 2025, 10h53 - Publicado em 7 abr 2025, 10h00
 (ChatGPT/Internet)
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Em mais de 12 anos trabalhando com Comunicação Não Violenta (CNV) no universo corporativo, uma das queixas mais recorrentes que ouço de líderes e empresários é: “Como lidar com pessoas dominadoras sem perder a compostura — e, principalmente, sem perder a minha liderança?”

Perfis dominantes costumam ser assertivos, competitivos e, muitas vezes, impacientes com processos colaborativos. No dia a dia, podem atropelar ideias, interromper reuniões ou impor decisões sem escuta. À primeira vista, parecem difíceis de gerenciar, mas, quando compreendemos o que há por trás desse comportamento, tudo muda.

O que está por trás de um perfil dominante?

Segundo uma pesquisa da Harvard Business Review, líderes dominantes tendem a ter elevada autoconfiança e aversão à vulnerabilidade — o que os torna eficazes em decisões rápidas, mas muitas vezes ineficientes em relações interpessoais.

A Comunicação Não Violenta (CNV) nos convida a ir além da reação automática e buscar o que não está sendo dito: quais necessidades estão por trás do comportamento dominante? Normalmente, encontramos necessidades de segurança, reconhecimento, controle ou eficácia.

Ao escutar com empatia e responder com clareza e firmeza, é possível transformar relações de tensão em relações de confiança.

Caso real: do confronto à colaboração

Em 2021, fui chamada para fazer um teambuilding durante um dia, em um time de alta liderança onde o um dos diretores era conhecido como “trator” — ninguém ousava contrariá-lo. Durante nossa primeira sessão de mentoria em grupo, ele interrompeu três vezes a fala de outra diretora.

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Na sequência, propus um exercício simples de escuta empática em duplas, com base na CNV: cada líder deveria ouvir atentamente seu par e parafrasear o que havia entendido da fala do outro antes de se expressar. Foi desconfortável no início, especialmente para ele.

Contudo, em poucas horas, o grupo passou a perceber o valor de uma escuta de qualidade e que o “trator” começou a frear. Quando se sentiu realmente ouvido, ele não precisou mais impor sua voz.

Como agir na prática com perfis dominantes

Mantenha a escuta empática, mas firme. Não ceda ao impulso de reagir com dureza. Diga algo como: “Quero muito ouvir você; vou pedir que espere eu concluir para que nossa troca seja mais produtiva.”

Traga clareza sobre os impactos. Dominantes nem sempre percebem o efeito que causam. Em vez de acusar, descreva fatos: “Quando você interrompe, as pessoas param de contribuir.”

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Ofereça alternativas de ação, dê caminhos objetivos. “Se pudermos organizar melhor a ordem de fala, acredito que sua contribuição será ainda mais valorizada.”

Conecte a força dele ao objetivo do time. Perfis dominantes valorizam resultados. Mostre que a escuta e o respeito às ideias também impulsionam a performance coletiva.

Lidar com perfis dominantes não exige que você se torne submisso — e muito menos que entre no jogo da dominação. A Comunicação Não Violenta nos lembra que é possível ser firme sem ser agressivo, e empático sem ser passivo.

Empresas que adotam essa abordagem colhem resultados sólidos: segundo um estudo da McKinsey, líderes que desenvolvem inteligência emocional e habilidades de escuta aumentam em até 31% o engajamento das equipes.

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Mais do que nunca, o mundo corporativo precisa de lideranças que saibam mediar, inspirar e transformar ambientes desafiadores em espaços de crescimento mútuo.

E a boa notícia? Isso pode (e deve) ser aprendido.

Se você deseja preparar sua liderança para lidar com perfis desafiadores sem abrir mão da ética, da autoridade e da alta performance, entre em contato conosco. Será um prazer caminhar ao lado de quem escolhe liderar com consciência e humanidade.

Boa semana!

Marie
(Arquivo Pessoal/Arquivo pessoal)
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