Odete Roitman devia virar remédio
Descobri a cura para a baixa libido das mulheres menopausadas que não podem ou não querem fazer reposição hormonal: Odete Roitman

As cenas calientes da novela das 21 hs, entre ela e César Ribeiro – no caso a atriz Debora Bloch e Cauã Raymond, estão lacrando a internet e jogando luz sobre a vida sexual das mulheres 60+. Eu sou uma delas. Tive um câncer vaginal em 2012 e passei quase 13 anos em um vale seco, contraindicada para qualquer adição de bioidênticos, hormônios ou fitoterápicos para ajudar a minimizar os efeitos nocivos do climatério. Nem vivi a perimenopausa para o meu corpo se acostumar à falta de estrogênio, progesterona , testosterona. Fiz uma cirurgia de grande porte para a retirada de todos os órgãos femininos e entrei, subitamente, em uma espécie de cemitério das sensações eróticas. Demorou muito tempo para eu voltar a beijar na boca. Para ter uma cena tórrida na horizontal, uma vida. Mas voltei para o jogo. E vendo as cenas da Odete eu penso: quanta poeira jogamos nas relações afetivas da mulher madura. Claro que não temos as roupas, lingeries, a cama do Copacabana Palace e muito menos um Cauã para chamar de nosso, mas ainda estamos aqui. Vivas. E com as novas descobertas da ciência médica e as janelas de oportunidade para a reposição hormonal na idade madura, há que sentir. E a personagem de Vale Tudo presta esse serviço para a brasileira comum. Mesmo gorda, pobre, baranga, morando em condições adversas e com um misógino do lado ( sei que exagerei no imagético), podemos pegar a nossa libido na unha. Os brinquedinhos, vibradores que existem no mercado, as pomadas, os recursos a disposição, o pau amigo, o Tinder, o acaso. Então essa despedida do rala e rola, obrigatória, que existia nas gerações passadas, onde uma sessentona estava condenada a cuidar de netos, frequentar a igreja e tomar chazinho com as amigas na mesma situação, acabou. Estamos diante de uma nova era. Claro que não é verão para todas. Claro que nem todas vão surfar essa onda. Claro que isso é questão de autoconhecimento, educação financeira, saúde mental e física e ainda um fator de muita resiliência para voltar para a pista. Mas Odete é o nosso novo Rivotril. E não dopa. Só acende a nossa mente para guiar o nosso corpo pelas ondas de prazer. Experimenta. Mesmo que você ache que isso é papo de novela.