Envelhecendo no Rio de Janeiro
Dores e Sabores de envelhecer no Errejota: aqui até a Barbie duvida de seus atributos

Tarefa árdua. Cidade nua. Aqui até a Barbie duvida de seus atributos e para não deixar a pelanca despencar, joga altinho, corre mil maratonas, malha pernas e bunda, só pra garantir né. Então como ficam as balzacas? Diria, sem pestanejar, que no Errejota as maduras batem um bolão. Não sabemos ao certo se tem 52, 67 ou 71. São inteiras. E não apenas por terem o corpo em dia. Aqui, roliça ou não, a velhaca manda bem. E estou desconfiada que o termo ageless nasceu entre Ipanema e Leblon. Não que em Madureira ou Vaz Lobo não tenham rainhas, mas a quantidade de clínicas de estética que se ladeiam pelas calçadas dos shoppings dos rykos e nas Ataulfos e Viscondes, ai meus sais. E as novidades se enfileiram. Metacril no derrière, bioestimuladores nas bochechas, lasers e peeling nos colos e mãos, fios de ouro nas mandíbulas, mil máquinas que prometem levar seus peitos ao Everest. Anitta mudou a fuça e já já o famoso cara-crachá vai cair em desuso. Quem é quem? E sai perdendo o homem macho alfa. Ainda estão naquela de tentar diminuir a barriga enquanto seus pares grisalhos gays já sabem tudo. Dentes brancos, cabelereira nova, viagras e cialis na bolsa. Vou te dizer uma coisa. Envelhecer é luxo. Pelo repertório, conjunto da obra e tempo vivido. Por exemplo, se sabe que o carioca que vai viver 120 anos já nasceu. A população ganhou anos à frente. Claro que ainda precisamos de políticas públicas que nos amparem e muitos debates à luz do dia. Não há avanços sem lutas e aqui o tema da previdência, do co-living, da saúde mental e da educação financeira para maduros urge. Por isso minha coluna vai trazer o tema da LONGEVIDADE para o centro do debate. Com humor, calor e sem pudor. Benvindos ao novo tempo dos velhos.