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Kika Gama Lobo

Por Kika Gama Lobo, criadora de conteúdo para a maturidade Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Escritora 60+, podcaster, palestrante, sócia da Festa Kikando e influencer da maturidade

A sabedoria de Gilberto Gil frente a morte

O que eu aprendi com a passagem de Preta Gil

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Atualizado em 23 jul 2025, 17h58 - Publicado em 23 jul 2025, 12h59
Lado a lado, Gil e sua filha Preta
Pai e filha. Gilberto e Preta Gil (reprodução instagram Preta Gil/Veja Rio)
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Não há a menor dúvida que o cantor baiano Gilberto Gil é um homem elevado. Quando o assunto é a morte, fica difícil termos uma lucidez em um momento de tamanha dor. Não o conheço pessoalmente e, sobre Preta, esbarrei algumas vezes com a sua alegria contagiante quando eu – assessora de imprensa da Louis Vuitton – a recebia em eventos privês na então loja da marca francesa em Ipanema.

“ Se estiver muito pesado para você filha, deixe ir. E se for a sua hora, aceite” . Desconcertante essa fala. De uma generosidade sobre-humana para um pai que já havia perdido um filho                ( Pedro, morto em 1990 por um acidente de carro).

Essas palavras ecoaram na minha cabeça. Deixar de tratar não é desistir. É pedir ajuda ao desconhecido. É ter esperança no divino.  Eu convivo com lutos. Sou filha única e por várias vezes assumi o protagonismo com as burocracias infinitas de uma partida. Quando passa essa fase, sobra a dor. E eu fiquei com muito dó da morte precoce da cantora. 50 anos não são nada nessa nova régua da existência. Ela ainda tinha muito chão para percorrer e vem o pensamento: Por quê? Não tenho respostas, mas aprendi muito desde o último dia 20. Ou talvez tenha me dado uma clarividência express das coisas importantes. Aqui, compartilho com vocês meus insights e espero que ajude na sua caminhada.

– Ter amigos vale mais do que sua conta bancária. Na hora do aperto, o afago, a mão na mão, o olho no olho é ativo incalculável. É na despedida que se mede o tamanho do abraço

– Família é escolha. Se a de sangue não presta, faça pontes com desconhecidos. Impressiona a legião de fãs anônimos de Preta. Gente que nem a conhecia, mas que se fiava em suas lutas. Ela existiu por muitos e seu corpo preto, famoso, gordo, bissexual foi útil a tantas almas

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– Religião é escolha e energia. Sou católica, mas tenho meus guias afros. Preta comungava nesses dois credos e nunca abandonou a força do candomblé. Que linda a sua conexão com o mundo dos orixás e santos. Simbiose poderosa que com certeza a ajudou nessa dura caminhada

– Se arrume. Ela não era padrão de beleza, mas estava sempre fashion

– Se jogou na sua vocação tardiamente. Sendo filha de quem é , afilhada de Gal e sobrinha de Caetano podia ter enveredado cedo pelo caminho dos palcos. Mas esperou. Deu certo apesar de todas as críticas negativas. E virou uma referência nos blocos de carnaval e nos shows ao lado de famosos. O que tem que ser tem muita força

E volto a GILBERTO GIL. Homem de muita espiritualidade, de extrema resiliência e mesmo despedaçado, é altivo em sua jornada de pai. Segue o destino fazendo jus ao Tempo Rei. Fica aqui toda a minha admiração e mando sinais de fogo para todos que a amavam. Que Preta Gil seja luz onde houver escuridão.

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