Rock the Mountain, embarque nessa nave
O RTM virou o melhor de todos os festivais, com nomes como Gil, Geraldo Azevedo e Chico César, Ney Matogrosso, Benjor, Roberta Sá, Paralamas, Bala Desejo.
O Rock the Mountain já vai completar 10 anos, e foi só agora que aterrisamos por lá. E que nave é essa? O RTM virou, na minha opinião, o melhor de todos os festivais que já aportaram por aqui. Não sou crítica de música, mas ver se alternar num mesmo palco, em um sábado e um domingo, nomes como Gilberto Gil, Geraldo Azevedo e Chico César, Ney Matogrosso, Jorge Benjor, Roberta Sá, Paralamas, Bala Desejo, Letrux e Duda Beat foi apoteótico. E isso nas montanhas, no meio da floresta, com uma fugida para a cachoeira a quem interessasse. E, ainda por cima, com comida vegana. E com repeteco no fim de semana seguinte para quem quisesse (ou aguentasse)!
Sim senhores, além de muita música boa, O RTM tem um pegada vegana e sustentável. Tinha até gente plantando árvore no meio dessa balbúrdia belíssima. O festival compensa CO2, usa energia verde, não explode fogos e, em sua última edição, ainda ensaiou vanguardisticamente uma praça de alimentação 100% plant based. E água é de graça, para desestimular a venda de garrafinhas de plástico. Só levar seu copo e tá dominado.
Adorei isso tudo, e também um show de drones que culminou com um ET brilhando no céu na segunda noite de festival. Confesso que, àquela altura, se pintasse um óvni, eu embarcava nele. A previsão de chuva não se confirmou, e contrariando todos os satélites o sol brilhou, a lua também, e a galera ferveu com amor ali. Os dois fins de semana (com atrações que se repetiram em cada um) esgotaram, os gramados em frente aos palcos e as tendas de DJ lotaram, e o povo se espremeu sorrindo.
No sábado, Gil reinou. Tocou “Andar com fé”, “Toda menina Baiana”, “Palco” e “Nos barracos da cidade”. Domingo, depois da Roberta Sá, entrou Letrux, mais debochada e original que nunca. Fez striptease no palco, mostrou as calçolas estampadas com a estrela do Lula, levantou o público e fez todo mundo cantar “Que Estrago”.
Depois, vieram Geraldo e Chico Cesar com seu violivoz. “Dona da minha cabeça”, “Bicho de Sete Cabeças”, “Mama África”. A essa altura, o público já estava enebriado. Do meu lado, uma menina chorou de emoção do início ao fim. Foi então que Jorge Benjor quebrou todos com “País Tropical” e outros ritmos. Anarquista, bagunceiro, e como sempre sensacional, tranformou o RTM numa festa delirante. No segundo domingo, ainda chutou o baldo dos horários e fez um show de mais de 1h30m.
E quando a gente pensava que nada podia ficar melhor, Ney veio com Secos e Molhados, botou o bloco na rua, e a catarse atingiu o grau máximo.
Eu ficaria congelada nesse quadro. Mas a noite no Rock The Mountain é uma criança cheia de tendas com os melhores DJs de pop e eletrônica. Uma pena terem sido só dois fins de semana, mas a boa notícia é que ano que vem tem mais, e já com Maria Bethânia e Marisa Monte confirmadas.
A pré-venda de 2023 esgotou em poucas horas, e já abriu novo lote. Corre no Sympla, garante o seu, e se liga nas dicas pra subir a serra e curtir o festival.
Onde se hospedar:
- O festival acontece sempre no parque de exposições de Itaipava. Fica no centro da cidade. Não há muitas hospedagens (na cidade), então se quiser ficar no rebuliço, ir e voltar a pé, reserve o quanto antes. Esses são os hoteis e flats mais próximos : Itaipava All Suites, Spazio Itaipava, Pousada de Itaipava, Apê Manacá (Granja Brasil), Hotel Granja Brasil Resort, Apart Hotel Granja Brasil Itaipava.
- Se quiser uma pousada de charme e no meio da mata, recomendo Tankamana, Les Roches, Pousada Recanto das Araras, Altenhaus, Pousada Boutique Itaipava
Para o transfer das pousadas até o festival, recomendo muitíssimo o Guilherme, da Elite Driver RJ (wpp +55 24 98881-5255). Gente boníssima e responsável.
Agora, vale esticar o festival e curtir a região. Araras, Itaipava e Vale das Videiras são todos lugares com bons restaurantes, trilhas, cachoeiras e lojinhas de produtores locais
Para comprinhas e roteiro restaurantes e delicatessens, anote o que fazer:
- Comprar um vinho no Ary Delicatessen, que tem uma ótima adega e produtos artesanais locais. Está localizado no início o do centrinho de Araras, na Bernardo Coutinho
- Visitar a lojinha da Fefafez, também em Araras, com itens de decoração, cerâmicas e outros achados de artesãos locais.
- O Antiquário Brocante de Araras, com móveis, pratarias e muita memorabilia pode ser outra parada para quem curte decoração. Fica no centrinho comercial de Araras.
- Ir no Hortomercado de Itaipava, onde tem várias barracas de produtores locais, e comer o tradicional pastel do Bar do Horto.
- Comer um fondue no Restaurante Bordeaux, que fica no Itaipava Shopping.
- E tomar a cerveja artesanal do Rocky Garden Brew Café.
E para lavar a alma e relaxar:
- O Parque Nacional das Serras dos Órgãos tem dezenas de poços e cachoeiras. A entrada é pelo bairro do Bonfim, em Corrêas. A entrada no parque custa R$4 para petropolitanos e R$19 para brasileiros. Mais infos no site do parque.
- A Cachoeira da Macumba é linda, e fica na Serra Teresópolis-Itaipava, mais ou menos no km 13 sentido Petrópolis.
- A Cachoeira ponte funda (Araras/Videiras também vale um mergulho. Para chegar, siga pela rodovia BR-040, sentido Rio de Janeiro, pegue a saída para Araras. Depois, vire à esquerda na Estrada Almirante Paulo Meira e anda mais 14 km de carro até a entrada da cachu.
- Fazer uma massagem no spa do galpao caipira