Viagem nos sabores: brownies cariocas para matar a saudade de NY e Londres
Viajando pelos sabores do mundo nesta quarentena: uma lista de brownies cariocas para matar a saudade das bakeries de NYC e Londres
Onde há fumaça, há fogo, e a fila na porta da Little Cupcake Shop, na 30 Prince Street do Soho, chamou atenção. Mesmo sem nenhum review anterior dessa bakery, o movimento ali fora era um prêmio do júri popular. Entrei, pedi um brownie, caí de amores e voltei nos outros dias. Sou viciada em brownies (alguém mais?)
Toda vez que vou a Nova York ou Londres, faço uma peregrinação atrás dos quadradinhos de chocolate. Em Londres, não perco uma ida a Columbia Road, no East London, com uma parada estratégica no Lily Vanilli (Ezra Street) para comer o doce.
Vale dizer que Columbia Road é imperdível aos sábados, quando a rua é ocupada por uma feira animadíssima de flores (começa 8h e vai até 15h), e os galpões de quinquilharias botam tudo pro lado de fora e dividem as calçadas com músicos fenomenais. Tem de tudo. É o lado B de bacanudo da terra da rainha.
Em NYC, posso indicar mais alguns e, anote, as calorias dessa lista compensam. Em Greenwich, tem a Mah-Ze-Dahr Bakery . Umber Ahmad deixou o mercado financeiro para abrir a loja de doces e, creia em mim, ela não deixaria o setor para abrir um balcão qualquer. O brownie de chocolate amargo leva cacao Valrhona, extrato de Vanilla de Madagacar, flor de sal e provoca sensações intensas.
Outro é o Fat Witch Bakery, no Chelsea Market, que se autoproclama a loja de brownies mais magníficos da cidade, e realmente entrega um doce muito gostoso. Recomendo provar o blondie.
No Rio, pra matar as saudades, dei um giro por alguns deliveries de brownie. Não deixam nada a dever aos de NYC e Londres, duas conhecidas capitais do doce. Para começar, tem o da Monique Fernandes, que aliás segue a receita novaiorquina. Começo dizendo que caiu nas graças de Troisgros.
O brownie da Monique é mais intenso, leva ingredientes de primeiríssima, e a ideia agora é abrasileirar tudo. “Nossos ingredientes são incríveis. As pessoas não têm ideia de como são melhores que os importados, mais exclusivos”, diz ela. Os brownies vêm em tabuleiros, ou no pote nos sabores caramelo com flor de sal e creme de avelã.
Das tortas de brownie com coberturas, duas viraram meu vício. As da So Brownie quem faz é Luiza Martins, e saem nos formatos blondie ou chocolate, com coberturas de doce-de-leite, e brigadeiro branco ou preto.
Ela também tem os kits na marmitinha, que são uma graça para comemorações nesses tempos de isolamento. Virou moda enviar os kits para os convidados da festa no zoom.
As outras que viraram meu vício são as da Fê Collares. Massa doce, bem molhadinha, meio caramelada até, e caldas de brigadeiro ou doce-de-leite. Para quem quiser, tem também a de chocolate intenso e a sem glúten.
Ainda da Fê, sem ser brownie, mas me permito a transgressão editorial porque o gosto é bom demais, tem a torta de limão, com massa finíssima, doce e azeda na medida, e com merengue no ponto. Me lembrou a clássica lime pie de Key West, mas ainda melhor.
E para fechar, também indico O Blauni, da Bia Assis.
Conheci pelo Cozi Bistrô; o brownie é uma das sobremesas da casa. A história é parecida com muitas outras de sucesso dessa pandemia: os amigos pediam, o brownie começou a rodar, fazer sucesso, e hoje as entregas saem para o Rio todo. Os quadradinhos vêm nos sabores amargo, recheado com Nutella ou doce-de-leite.