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Por Ike Cruz, empresário artístico
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Neymar e Fabio Assunção estão virando o jogo

A cada dia uma mudança pode se apresentar. Muitas delas dependem só da gente. Neymar e Fabio estão, cada um a sua maneira, “vencendo o jogo”

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Atualizado em 21 ago 2020, 18h37 - Publicado em 21 ago 2020, 18h30

Escrevo essa coluna antes da final da Champions League, no domingo (23), em Lisboa. 

Entretanto, independente do resultado, acho que Neymar mostrou duas coisas neste ano paralisado pela pandemia.

Primeiro é que não se deve subestimar grandes talentos, pois esses são capazes de mudar o rumo de uma situação de uma hora pra outra. 

A segunda é que, mesmo diante de fases muito negativas e arranhões na imagem, é possível reverter. Não é simples, muito menos fácil, mas é possível.

Depois do imbróglio em Paris envolvendo as lamentáveis cenas no quarto do hotel, a exposição desnecessária e equivocada da moça (que por si só já se revelava) e das lesões, Neymar passou um grande período “micado”. 

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Foi uma saraivada de críticas, memes de “cai cai” e muita descrença na sua volta ao topo do futebol. Neymar saiu dos holofotes, caiu no conceito do próprio clube e ainda viu sua idolatria com as crianças, seus fiéis admiradores, despencar. Muito em parte pelo bombardeio nas redes sociais e toda reverberação negativa que pairou sobre o craque. 

Diante desse cenário, as camisas do PSG, até então superdisputadas, foram desaparecendo entre os garotos e as poucas que ainda eram vistas levavam o seguinte nome nas costas: MBAPPÉ. 

Veio 2020, logo surgiu a COVID e o mundo parou. Menos Neymar…

Discreto, fora da costumeira ribalta e distante de problemas, manteve a cabeça no Paris Saint-Germain e nas competições. Resultado: conquistou o Campeonato Francês, Copa da França e a Super Liga Francesa. Os mais céticos sem dúvida acharam pouco, afinal o PSG  domina os campeonatos regionais e o desafio supremo sempre foi a Champions League. 

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Pois então, depois de 25 anos, o time impulsionado por Neymar com Mbappé, Di Maria e cia, chegou a uma semifinal de Champions, venceu, e agora no domingo decide o maior titulo de clubes da Europa (e do mundo) contra o poderoso Bayern de Munique. 

Por si só, Neymar, mesmo sem o título, já conquistou 2020. Reviu suas prioridades, treinou duro (e no silêncio), focou nas competições e está motivado como há tempos não se via. 

Sempre me perguntam como superar um deslize de imagem. Minhas resposta poderia ser extensa, mas preciso ser econômico aqui na coluna. Assim sendo, resumo em quatro pilares inegociáveis: a não reincidência (fundamental) mudança de conduta, muito trabalho e paciência pra aguardar o “dia seguinte”. 

Mudando de polo e indo para o campo artístico, Fabio Assunção também cortou um dobrado.

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Conheci o Fabio em 1992, recém chegado de SP para gravar “Meu Bem meu Mal” na TV Globo. 

Rapaz educado, muito dedicado e uma enorme promessa na TV. Não houve zebra, com talento de sobra, beleza e carisma, Fabio arrebatou o público rapidamente. Excelente ator, sempre disputadíssimo por diretores e autores, Fabio voava. Todavia, a dependência química, que não escolhe classe social, raça, religião e muito menos profissão, freou o ator. 

Foram anos de dor e flagelo que, ao invés de compaixão por parte do mesmo público que o aplaudia, fizeram ser alvo de exposições públicas, memes (olha aí eles de novo) e chacotas. 

Uma dor que muitos dos autores desses tipos de vídeos não parecem saber (e se importar), que dilaceram muito mais que um ídolo da TV, despedaçam uma família inteira. 

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Na era das redes sociais e hashtags lacradoras muito se propaga empatia, mas na vida real a história é outra. Parece haver um prazer pela espetacularização do drama alheio. O celular vira uma arma sem dó para mostrar ao mundo o ídolo na sarjeta. 

Fabio foi seguindo, trabalhando como dava e podia, mas neste ano, o seu “dia seguinte” parece ter despertado. Chega a ser emocionante testemunhar as imagens do ator saradíssimo, sorridente, malhando e confiante. Admitiu sua derrota para as drogas, diz ter encontrado sua paz e que tem trabalhado o seu lado espiritual. É isso aí Fabio, a torcida pela sua nova fase é maior do que você imagina! Muito bacana também foi ver a classe artística solidária e feliz a essa virada. 

Um grande profissional pode exercer a plenitude do seu ofício quando reconhece suas fraquezas e limitações. Só com humildade é possível trabalhar esses pontos e se atentar quanto às armadilhas dessa natureza. Fabio sóbrio e livre do vício é um trator como artista. 

Cuida de você pra gente aqui também, parceiro! 

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O  verbo no título da coluna está no gerúndio de propósito. A cada dia uma mudança pode se apresentar. Muitas delas dependem só da gente. Neymar e Fabio estão, cada um a sua maneira, “vencendo o jogo”. Porem, é importante saber que sucesso e fracasso merecem o mesmo tratamento, pois são duas variáveis que irão permear a vida de qualquer profissional. O que se difere é a forma de reagirmos a elas. 

Domingo torcerei por Neymar e pelo PSG. Que a camisa da garotada volte a estampar a 10 do nosso maior ídolo. Essa história merece esse desfecho. 

E Fábio, você também é craque. Sabe que o seu jogo é um dia de cada vez. Pro resto da vida. 

Já são vencedores. Sucesso a ambos! 

*Ike Cruz é empresário artístico e consultor de imagem

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