Helen Pomposelli

Por Helen Pomposelli, jornalista, terapeuta integrativa sistêmica e criadora do Per Vivere Bene Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Bem-estar
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Saiba encontrar a felicidade e renovar os votos na primavera

Aprenda como a partir de entrevistas exclusivas com Lúcia Helena Galvão, Dan Tomasulo e Hermínio Gonçalves

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10 set 2024, 19h46
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  • A Primavera está chegando, e com ela a vontade de iniciar novos ciclos e renovar os votos da felicidade. Quem quer ser feliz levante a mão! Mas, afinal, o que é a felicidade? Falamos tanto dela, corremos tanto atrás desse nome que nos norteia desde que nascemos. Um dia para ser feliz! Muitas vezes não sabemos nem do que se trata. E outras tantas vezes, achamos que não a merecemos ou que não faz parte da nossa realidade. Em meu consultório, aponto sempre que as escolhas que fazemos no dia a dia têm grande importância nisso tudo, podendo trazer consequências boas ou ruins. “Muitas vezes a felicidade pode estar batendo na sua porta, mas você está tão focado em outras coisas, que mal escuta o tocar da campainha”. Reuni aqui alguns nomes maravilhosos de estudiosos que podem ajudar a colocar no caminho dessa cura. 

    No livro “Vamos conversar sobre a felicidade?”, da editora 7Mares, os autores Lúcia Helena Galvão, Rossandro Klinjey e Vanessa Rodrigues se unem para compartilhar pensamentos e experiências sobre o que realmente importa e faz sentido na vida. Já Dan Tomasulo, psicólogo de aconselhamento americano, escritor, professor e diretor acadêmico, além de parte do corpo docente do Spirituality Mind Body Institute, pesquisa o alívio da depressão através da psicologia positiva. Palestrante no palco TEDx, na Conferência Internacional de Psicologia Positiva, já escreveu livros como O efeito da Positividade e o Forças de Caráter e Habilidades dentro de Eficiências.  

    “Se você olhasse para a dor e o sofrimento que estão acontecendo ao redor do mundo neste momento, você ficaria sem fôlego. Antes da Covid, havia muitas áreas de luta que a sociedade enfrentava. As pessoas estão genuinamente mais deprimidas. Nas últimas três décadas, os jovens entre os 15 e os 26 anos relataram duas vezes mais ansiedade, depressão e problemas de comportamento do que os seus antecessores. O suicídio é a principal causa de morte nesta faixa etária”, diz Dan Tomasulo.

    Segundo Dan, depois da Covid, cada uma dessas estatísticas piorou. E agora estamos num dilema onde há mais dor, mais sofrimento, mais ansiedade. E temos um paradoxo na prevalência do tratamento. Continuamos criando mais tratamentos para coisas como depressão e ansiedade. “Cada vez mais pessoas estão ficando deprimidas, com 80% de recaídas. É hora de mudar. A mudança é aumentar as emoções positivas, e não apenas diminuir as negativas. Eu não estou deprimido. Não é o mesmo que ser feliz. No meu trabalho clínico, se eu eliminar a depressão de alguém, posso tê-lo tornado menos deprimido, mas não o fiz feliz”, defende. 

    “Cultivar a felicidade requer uma forma de nutrir e facilitar o bem-estar”   

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    Neste momento, há sete coisas que a ciência demonstrou que podem melhorar o humor e aumentar a felicidade, além de cultivar a resiliência. Segundo Dan, a primeira coisa é fazer uma avaliação de gratidão três vezes por semana. “Isso significa que no momento em que você acorda de manhã, você pensa em três coisas pelas quais foi grato no dia anterior. Isso faz com que seu cérebro pense no que foi bom, e não apenas se concentre demais no negativo, o que temos talento para fazer. Faça esta prática três vezes por semana. Isso orientará seu cérebro da maneira certa todos os dias”.  Já a segunda coisa é usar micro metas ao longo do dia. “Um micro é quando você se concentra no que pode ser feito nos próximos 15 minutos ou meia hora, não em seus objetivos de longo prazo, em seus objetivos de carreira. Você consegue enviar esses três e-mails nos próximos 15 minutos?”

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    “A felicidade pode ser encontrada na memória, na presença do momento atual e também na expectativa do futuro, ou seja, quando esses três tempos estiverem alinhados nos valores que pretendemos atingir” (Divulgação/Divulgação)

    Existe receita para ser feliz?

    A professora de filosofia , integrante da organização Nova Acrópole no Brasil, onde atua há mais de 30 anos, Lúcia Helena Galvão, diz que a felicidade depende de uma pessoa que queira se realizar como ser humano, com uma meta ou um propósito de vida humanista. Ou seja, o que ele quer ser ao final desse processo, baseado em valores, e que ele possa se sentir, a cada passo da sua trajetória, coerente nos valores desta trajetória. “Como se o mundo fosse um palco de teatro com cortina de fundo que fosse a felicidade, consistente em estar quites consigo mesmo, coerente com os valores que norteiam a sua vida”. 

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    “Essa paz de espírito e essa solidez seriam a felicidade, que é capaz de permanecer mesmo quando pelo palco passa um momento de tristeza ou momento de alegria. Isso não é uma receita, mas um estado que devemos adquirir se queremos crescer como ser humano, e se mantivermos a fidelidade a essa proposta. Podemos ter um estado de consciência, de paz de espírito que é sempre felicidade”.

    Para Lúcia Helena Galvão, o significado da felicidade não muda, e sim o tipo de alegria, conforme o tempo e os valores de um momento ou de uma cultura, que gera seus motores da alegria e que variam. “A felicidade, como paz de espírito, será sempre a mesma, independentemente da história ou cultura que a pessoa encontre”, resume.

    “Uma vida cheia de verdade, pura e sagrada tende à alegria e felicidade suprema” ( Anandamayee Ma )

    A felicidade consiste em ser, no sentido de vida, na maior plenitude de valores em sabedoria e isso nos dá paz de espírito. Mas a felicidade não tem inimizade com o ter, contando que seja a qualquer preço, ou seja, pagando o preço da sua dignidade e seus valores. Ai o “ ter” passa a ser incompatível com a sua felicidade.

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    A filósofa acredita que a felicidade pode estar em qualquer momento do tempo, contanto que estejamos coerentes conosco e com o nosso caminho. Assim, na posse dessa paz de espírito. “A felicidade pode ser encontrada na memória, na presença do momento atual e também na expectativa do futuro. Ou seja, quando esses três tempos estiverem alinhados nos valores que pretendemos atingir”.

    O osteopata Hermínio Gonçalves , especializado na Nova Medicina Germânica, diz que a felicidade é o equilíbrio, assim como a condição de chegar ao “luto e fuga” do seu corpo e energia, como por exemplo quando você precisa chegar em casa e se desligar. “Nossa paz interior deve ser encontrada através da regulação. Ou seja, com um bom sono você tem condições fisiológicas e mentais para resolver seus problemas diários. Tem que estar em estado de luta e fuga ao sair pra trabalhar mas ao retornar, nosso corpo pede para sair desse estado de alerta, mas ao voltar para nossas casa, continuamos na tela, vemos séries estimulantes e o corpo não sai do estado simpático. Estimulamos nosso corpo o tempo todo, e acabamos ficando com sintomas como dores de cabeça e no pescoço, por conta de não relaxar ao voltar pra dentro de casa”.

    “ Não é o evento que nos deixa infeliz, que nos adoece, e sim a nossa percepção sobre ele. E de acordo com como você está, eu faço a leitura, o diagnóstico, a leitura biológica”, diz.

    Como eu faço para ser mais feliz? Quem responde é Lúcia Helena Galvão: “Eu procuro não me machucar, não machucar a minha dignidade, que é algo dolorido e pode azedar toda a nossa vida. Não trair a nós mesmos, não ser cruel com alguém, não ter comportamento intempestivo, não ser impaciente com a vida, essas coisas doem muito e são feridas. Eu garanto a felicidade quando estou atenta a não me machucar, não trair a minha dignidade como ser humano”. A minha dica é fazer um exercício de imaginação – Como seria o seu último dia de sua vida? Que tipo de ser humano você quer ser, sua obra prima da vida? Quais os valores, com justiça, com fraternidade e bondade? Que trilha gostaria de ter deixado no mundo? Visualizar o ser humano que queremos ser e alinhar todos os passos ao longo desse caminho para esse objetivo. Ser coerente com esse objetivo para garantir o bem estar e a paz de espírito. Com atitudes, palavras e ações se alinham com esse objetivo. 

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    Dan Tomasulo destaca a importância de focar em micro-objetivos, ou seja, investir um pouco de sua energia que compensa muito rapidamente. “As emoções positivas são bidirecionais. Se você começar com um leve sentimento positivo de ter motivação para fazer algo, e conseguir fazer isso, o sentimento bom da realização o preencherá novamente. A outra coisa é encontrar maneiras de expressar gratidão, bondade e compaixão sempre que puder.  Isso permite que você gere positividade no momento. Depois, valorize seus relacionamentos. Os cientistas estudaram todos os elementos possíveis que levam a uma vida mais longa e feliz. Sabemos com certeza que a qualidade dos seus relacionamentos determinará o seu bem-estar. Invista neles.

    “Aprenda sobre os pontos fortes de seu caráter. Aprender a ser genuína e autenticamente quem você é é essencial para o seu bem-estar. Também aprenda a ser mais flexível. Pessoas com uma mentalidade flexível podem girar facilmente e não ficar presas aos obstáculos. Quando estudamos pessoas que prosperaram após traumas, elas têm uma mentalidade muito flexível. Desafie-se a não ser tão obstinado”.   

    E, finalmente, cultive um relacionamento transcendente. Quando você cultiva um relacionamento transcendente, você está explorando o poder do universo. Talvez isso, mais do que qualquer outra coisa, nos dê uma sensação de significado e propósito.

    Bora ser feliz?

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    Um beijo,

    Helen Pomposelli

    Per Vivere Bene

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