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Por Helen Pomposelli, jornalista, terapeuta integrativa sistêmica e criadora do Per Vivere Bene
Bem-estar
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Cantora Ayla Schafer chega ao Rio com sua música que cura

Em entrevista exclusiva, ela diz que que pretende oferecer um show como uma oração: 'que estejamos juntos e nos conectando ao sagrado'

Por helen_pomposelli Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
25 mar 2024, 10h51

“Eu definitivamente acredito que a música pode ser parte do processo de cura”. É assim que eu abro a coluna desta semana, com uma entrevista exclusiva com a cantora inglesa Ayla Schafer, que vai nos dar a honra de cantar no seu espetáculo “Honour the Water”, no dia 30 de março, no teatro Fashion Mall, no Shopping Fashion Mall, em São Conrado.

A cantora, que diz não ter muitas expectativas para a sua chegada ao Rio: chega de coração aberto e com o compromisso de compartilhar aquilo que vem através de si. “Pretendo oferecer um show como uma oração, algo bom que está acontecendo com a terra, para a cura de pessoas, que estejamos juntos e nos conectando ao sagrado. E que consigamos sentir a nós mesmos, sentir uns aos outros, sentir a terra, sentir nossos ancestrais. Então, eu venho humildemente e com a alegria de estar no Rio.”

MÚSICA MEDICINA: Em entrevista exclusiva, cantora Inglesa Ayla Schafer chega ao Rio de janeiro com seu show “Honour the Water”
Música medicinal: cantora Inglesa Ayla Schafer chega ao Rio de janeiro com seu show “Honour the Water” (Divulgação/Divulgação)

Ayla, que pratica yoga e trabalha com a natureza em seu “altar dos ancestrais”, diz não meditar em um caminho meditativo específico, mas gosta de sentar em oração. “Osho falou que oração e meditação são a mesma coisa. Quando meditamos estamos orando e quando oramos estamos meditando. Então essa é uma das minhas práticas principais: de estar no meu altar em oração para viajar com meus ancestrais, me comunicar com os seres, pedir ajuda e receber mensagens”, explica. 

E quando eu pergunto sobre “o som que cura”, a cantora diz sentir que é muito importante reconhecer que a música não faz a cura por si só. Segundo Ayla, a música tem uma chave no nosso coração e na nossa alma. “Música é a linguagem universal que consegue comunicar, alcançar lugares profundos no nosso ser, além da nossa mente, e trabalhar com nosso reino do sentir, nosso profundo sentir humano. No sentido de fazer pontes entre os diferentes aspectos da realidade e das energias que podem auxiliar no nosso processo de cura”

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“Existe uma dança, uma alquimia entre a música que consegue nos tocar, que move coisas dentro de nós”

Para Ayla, a música é uma expressão do processo que está acontecendo no momento. “Pode ser um processo de cura ou, às vezes, é algo que está acontecendo comigo na semana. Ou geralmente é a expressão do caminho em que minha alma e o meu coração estão na minha vida. O que estou aprendendo, entendendo, o que estou deixando ir, o que estou curando, o que estou incorporando no meu ser”, explica a cantora que compara a sua criação musical com uma gravidez. “Existem os nove meses do crescimento do bebê, que no meu caso, podem não ser completos, mas há este longo tempo que leva o crescimento da música dentro de mim, e daí o escrever a música é como o nascimento. E, assim como um parto, pode ser rápido e bem fluido. Mas, às vezes, pode se prolongar por algumas semanas, dependendo das necessidades dessa música”. 

“A música é um presente para o meu próprio ser, para a minha própria cura. É uma forma que me movimenta na minha experiência como humana,  transforma minhas orações em expressão. Elas tomam forma”

Para quem conhece o som da cantora, sabe o quanto tem inspiração nas músicas indígenas, e Ayla se compromete cada vez mais com essa aliança dizendo que seu aprendizado tem sido definitivamente uma força que guia em sua vida.
Quem conhece o som da cantora sabe o quanto tem inspiração nas músicas indígenas, e Ayla se compromete cada vez mais com essa aliança dizendo que seu aprendizado tem sido definitivamente uma força que guia em sua vida. (Divulgação/Divulgação)

Quem conhece o som da cantora sabe o quanto tem inspiração nas músicas indígenas. E Ayla se compromete cada vez mais com essa aliança, dizendo que seu aprendizado tem sido definitivamente uma força que guia sua vida. “O que aprendi com os indígenas originários desta terra, aqueles com quem tive contato, as tradições com as quais tive a honra de passar um tempo junto, é um presente poderoso. E  traz de volta a sabedoria do meu próprio sangue e ancestralidade. Isso tem me ajudado a lembrar que eu sou indígena deste planeta, da minha própria sabedoria ancestral. O mais profundo senso de perecimento no final é pertencer à terra”. 

“Este milagre chamado terra, entendendo que todas estas sabedorias indígenas vieram da terra, vieram da água, vieram do ar, das árvores e das plantas, e vieram de escutar profundamente, e de estar em relacionamento com a Natureza. De estar em relacionamento com nós mesmos, nossa essência, uns com os outros”

A famosa música, que Ayla pretende cantar em seu show,  ‘ Vuela como el viento’ , nasceu de um momento muito simples e profundo. “Foi quando estava simplesmente em casa, sozinha no meu quarto, perto de dormir, e tocando música na minha cama. E esta música simplesmente começou a vir, e realmente não pensei muito a respeito. Eu até no meio da música falei: ‘ah, tô cansada, vou dormir’. E me deitei para tentar dormir. Mas foi como se uma força me fizesse levantar da cama e ligar a luz de volta, porque podia sentir, a música não tinha acabado. ‘Tem mais ainda vindo’, pensei. Foi uma oração para pedir cura. E ao me encontrar de joelhos nesta oração, encontrei o que eu estava entrando em profunda gratidão. Um profundo amor pela vida e a criação, amor profundo por aquilo que estava me segurando”. 

E quando eu pedi a Ayla uma mensagem para todos nós, ela disse: “Eu sinto que se eu for dar algum conselho para aqueles que estão no processo de autoconhecimento evolucionário, seria pra voltarem essa procura para o interior, para sua pessoa. Para lembrar que aquilo que estamos procurando já é quem nós somos, já está dentro de nós, na nossa linhagem, nossa ancestralidade, nosso sangue. Na profunda sabedoria da nossa alma, na memória das nossas vidas antes, na memória dos nossos ossos. E para cultivar confiança em nós mesmos, na nossa intuição, nosso instinto, no guia do nosso coração, na nossa voz interior. Há um volume enorme de informações, cursos, livros, documentários, líderes, gurus, workshops, uma quantidade infinita de recursos lá fora. E também uma quantidade infinita daqueles que estão tentando vender espiritualidade para nós, que nem sempre é algo ruim, mas significa que podemos ficar muito, muito sobrecarregados e facilmente distraídos, e estar tentando andar muitos caminhos diferentes, ao mesmo tempo, isso tem seu tempo e lugar… mas, quanto mais perto chegarmos a nós mesmos, em trabalhar com nossos próprios traumas pessoais, que nos encontram desassociados do nosso ser, desconectados do nosso ser”. 

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Ou seja, quanto mais pudermos trabalhar de verdade, ao nível pessoal de estar com nós mesmos, estar com as nossas feridas, estar com nossas sombras, mais o nosso coração e a nossa alma conseguem resplandecer e nos guiar. E podemos viver a partir de um lugar de profunda intuição, que nos guiará e mostrará o caminho. “Diria para confiar e ter fé no nosso caminhar, até nos momentos em que não parece ter sentido, ou que está indo na direção errada. Para confiar nos momentos de quietude. E mais do que nada. 

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