Qual a melhor opção: procedimento não invasivo ou cirurgia estética?
Brasil é o 2º no ranking dos países que mais fazem procedimentos estéticos, cirúrgicos ou não, com um total de 3.3 milhões

Nos últimos anos, a cosmiatria e a medicina estética tiveram um avanço considerável. Tratamentos para qualidade da pele, prevenção do envelhecimento e até correção da forma do rosto têm alcançado resultados relevantes. Há quem se pergunte qual a melhor opção para solucionar determinados incômodos em relação à aparência: o procedimento estético não cirúrgico ou a cirurgia plástica? Para elucidar esta questão, é importante entender as características de cada um, especialmente num país como o nosso, em que a beleza é um tema tão fundamental e uma área para a qual muitas pessoas reservam parte de sues investimentos.
No ranking mundial de procedimentos de beleza, o Brasil ocupa o topo em diversas listas. O país é 1º lugar dos que fazem mais cirurgias plásticas. Quando se trata de procedimentos estéticos, cirúrgicos ou não, caímos para a 2ª posição, com um total de 3.3 milhões. Os dados são da Global Survey on Aesthetic/Cosmetic, de 2023, realizada pela Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica e Estética (ISAPS). Ou seja, no Brasil beleza é coisa séria.
Pode parecer incoerente, mas comparar procedimentos cirúrgicos e não cirúrgicos é inviável. Isso porque, além de serem abordagens diferentes, cada um se destina a solucionar questões distintas em relação à aparência. A evolução dos tratamentos injetáveis e de tecnologias como lasers e ultrassom microfocado evoca uma outra dúvida a partir do título desta coluna: os procedimentos não invasivos são de fato uma opção definitiva à cirurgia facial? O correto talvez seja percebê-los como aliados, já que um pode complementar o outro.
A prova de que a cosmiatria e a cirurgia plástica são complementares é que hoje em algumas técnicas cirúrgicas, como a lipo LAD, são utilizados também durante o procedimento tecnologias como a radiofrequência e o ultrassom microfocado. Aplica-se estes aparelhos, um ou outro, antes da introdução da cânula de lipoaspiração para fazer uma quebra das células de gordura e depois também para favorecer a firmeza da pele.
Um bom exemplo de que procedimentos cirúrgicos e não invasivos são aliados é o de pacientes que fazem tratamentos estéticos no rosto periodicamente e conseguem manter uma boa qualidade da pele por mais tempo, sentindo necessidade de passar por um lifting facial ou blefaroplastia mais tardiamente. Outro caso positivo é quando a paciente faz a cirurgia de face e segue nos anos posteriores com tratamentos não invasivos para preservar os resultados e melhorar a qualidade da pele.
Por outro lado, não se deve achar que o procedimento não invasivo, como uma toxina botulínica ou preenchimento, substitui a cirurgia plástica. Esta crença pode sair não apenas mais cara, por exigir que se faça de tempos em tempos, mas também pode não resolver de forma satisfatória o que incomoda o paciente. Isso porque a cirurgia plástica, embora exija um investimento financeiro e de tempo de recuperação maior inicialmente, é capaz de oferecer resultados mais duradouros e transformações e procedimentos mais complexos. Ou seja, há casos em que a indicação é cirúrgica para que a solução seja estrutural e permanente. Não se deve esquecer de que o mais importante é procurar a orientação de um médico de confiança, seja cirurgião plástico ou dermatologista, para tirar dúvidas e orientar a melhor estratégia para manter ou transformar sua aparência conforme suas expectativas.
Guilherme Ferretti é médico e cirurgião plástico no Rio de Janeiro. Membro especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Atua na cirurgia de contorno corporal, estética, reparadora e lesões de pele e tem mais de uma década de experiência na especialidade da cirurgia plástica reparadora pós-bariátrica. Siga: Instagram e Canal Youtube