Facelift: Estamos na ‘era indetectável’ das cirurgias de rejuvenescimento?
Conheça as diferentes técnicas de lifting da face para obter um resultado natural e discreto
O avanço da tecnologia nos procedimentos estéticos não cirúrgicos no século XXI foi tão significativo que não é um exagero dizer que houve uma revolução. Técnicas e substâncias, como bioestimuladores de colágeno, radiofrequência e preenchimentos, foram criadas ou aprimoradas e os resultados se tornaram cada vez mais naturais. Isto permitiu que se consiga adiar a necessidade e até mesmo o desejo de fazer cirurgia plástica de lifting no rosto, a chamada facelift. Porém, chega o momento em que, mesmo com acesso a todos os melhores procedimentos não invasivos, somente a cirurgia de facelift pode solucionar questões relacionadas ao rejuvenescimento e a preservação de um rosto jovial com uma aparência mais descansada de forma mais duradoura e natural.
Segundo reportagem do jornal americano USA Today, a evolução na técnica das cirurgias de facelift alcançou um ponto de se começar a falar que estamos na “era indetectável” das cirurgias, cujos resultados são tão sutis e naturais que não se poder dizer se a pessoa passou ou não por procedimento cirúrgico. A mais recente aparição pública da cantora Christina Aguilera, de 43 anos, mostrou que a atriz muito parecida com a aparência que tinha nos anos 2000 e de um modo muito natural. Talvez seja um exagero chamar de “era indetectável”, mas certamente hoje é possível alcançar um rejuvenescimento facial de forma mais discreta e sutil.
Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), cerca de 8,2% das cirurgias plásticas realizadas no país são voltadas para o rejuvenescimento do rosto, e o facelift é uma das principais intervenções dentro dessa categoria. Esta cirurgia também é conhecida por ritidectomia ou ritidoplastia. O objetivo da cirurgia de facelift é rejuvenescer, restaurando a naturalidade dos traços ao repor tecidos e volumes que são perdidos com o passar do tempo, especialmente após os 40 anos. O procedimento reposiciona os tecidos subjacentes do rosto, tratando sinais de envelhecimento, como flacidez e rugas profundas, e melhora o contorno facial ao tratar a perda de definição da mandíbula e do pescoço.
A técnica inclui a remoção do excesso de pele e, com frequência, o reposicionamento da musculatura e da gordura para tratar flacidez na pele do rosto e pescoço, linhas profundas ao redor do nariz e da boca (sulcos nasogenianos), perda de definição na linha da mandíbula e papada e acúmulo de pele no pescoço. Pode-se realizar a cirurgia de facelift através de diferentes técnicas, a depender também das necessidades individuais de cada caso.
Entre as técnicas clássicas está o facelift tradicional. Indicado para pacientes com sinais avançados de envelhecimento, ele é feito através de uma incisão ao redor da linha do cabelo, contornando a frente e atrás das orelhas, permitindo o reposicionamento mais profundo das estruturas do rosto e pescoço. Existe também o chamado minifacelift. Menos invasivo e com resultados também mais sutis, pode envolver menores incisões e menores descolamentos na face e é indicado para pacientes com sinais leves a moderados de envelhecimento e tem uma recuperação mais rápida.
Há ainda outras técnicas como o Lift de SMAS, que trabalha a camada muscular profunda da face, reposicionando-a junto com a pele, e promovendo uma aparência mais natural e menos “esticada”. Outra técnica considerada bastante avançada é o Deep Plane Facelift, que reposiciona tanto a pele quanto as camadas musculares em um único plano, evitando o descolamento excessivo. E há ainda o Lift Endoscópico, usado principalmente na área do terço superior do rosto, que utiliza uma câmera endoscópica de maneira minimamente invasiva e é ideal para pacientes mais jovens, com menor flacidez.
Entre as celebridades que teriam feito a cirurgia de facelift, algumas que dividiram inclusive a recuperação em suas redes sociais, estão o estilista Marc Jacobs, a socialite Kris Jenner, a cantora Cher, o ator Brad Pitt e a cantora Christina Aguilera. Em relação à recuperação, pode-se considerar retomar as atividades normais após cerca de duas a três semanas. O edema temporário começa a diminuir a partir da segunda semana. A recuperação completa, para que se possa observar melhor os resultados, sem inchaços, se dão a partir de três meses.
É possível conjugar o facelift com outros procedimentos como bleferoplastia e rinoplastia. Vale lembra sempre que toda cirurgia plástica deve ser feita por um médico experiente, preparado e de confiança do paciente, porém esta necessidade deve ser ainda mais especial em cirurgias de face, que são áreas visíveis o tempo todo.
Guilherme Ferretti é médico e cirurgião plástico. Membro especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Atua na cirurgia de contorno corporal, estética, reparadora e lesões de pele e tem mais de uma década de experiência na especialidade da cirurgia plástica reparadora pós-bariátrica. Siga: Instagram e Canal Youtube