As 4 principais plásticas após a bariátrica para recuperar a autoestima
O excesso de pele e flacidez é normal após a perda acentuada de peso por redução de estômago e, por isso, recomenda-se planejar as cirurgias reparadoras
A obesidade e suas consequências são um problema de saúde pública no mundo. No Brasil, mais de 20% da população está acima do peso, conforme o Ministério da Saúde. Não à toa, a indústria, a Medicina e o poder público voltam suas atenções para a questão há décadas. Nos últimos 10 anos, houve avanços consideráveis através da tecnologia e de novas técnicas, o que inclui a cirurgia bariátrica. Esta evolução acarretou um grau maior de segurança e também uma melhor qualidade de vida para o paciente. Embora a bariátrica proporcione uma perda de peso significativa e uma melhora na qualidade de vida, ela também traz desafios estéticos e funcionais – é onde entra a função da cirurgia plástica e reparadora.
Segundo dados mais recentes da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), o Brasil é o segundo país do mundo que mais realiza operações deste tipo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. São cerca de 100 mil registros anuais destes procedimentos. Embora os números sejam robustos, segundo a SBCBM, apesar do crescimento nos últimos dez anos ainda não se atende ainda nem 1% dos candidatos a cirurgia.
Muitas pessoas perdem 30, 40, 50, 60 quilos ou mais após o procedimento com a expectativa de se sentirem bem com sua imagem corporal, mas se deparam muitas vezes com uma insatisfação e até vergonha de exibir partes do corpo. Após o emagrecimento acentuado é natural que ocorra flacidez e excesso de pele, às vezes causando até uma deformação, após a perda de peso drástica – o que pode gerar este desconforto estético e psicológico. As cirurgias plásticas reparadoras, portanto, completam a transformação após a bariátrica.
O trabalho do cirurgião plástico é reduzir o excesso de pele, diminuir a quantidade de dobras e até tratar a parte muscular, como ocorre no caso de diástase abdominal. Um fator crucial para considerar o momento adequado para dar início a esta etapa é que o peso esteja estabilizado. Em média, isso acontece de 12 a 18 meses depois da bariátrica. Nesse contexto, listo aqui as quatro principais cirurgias plásticas pós-bariátrica, lembrando da importância de planejar com segurança todo este processo tanto com seu cirurgião plástico quanto com o médico responsável pela bariátrica.
1. Abdômen (Abdominoplastia): Durante o processo de emagrecimento acentuado, o abdômen é uma das regiões que mais sofre com o excesso de pele flácida. A região tem um acúmulo de gordura natural e após a perda de peso, sobra pele e esse excesso cai em cima da região pélvica, provocando dobra e causando sequelas, às vezes, como manchas, e doenças de pele. Na abdominoplastia e na dermolipectomia abdominal, remove-se essa pele em excesso, além de se reposicionar a musculatura abdominal com correção de diástase, dando contornos mais firmes e naturais à região.
2. Mama (Mastopexia): É comum que pacientes obesos tenham mamas grandes. Então, quando eles emagrecem, há sobra de pele e queda tanto no caso de mulheres quanto de homens. A mastopexia é a cirurgia indicada para levantar as mamas, diminuir a quantidade de dobras embaixo das mamas e nas axilas e restaurar sua forma. Dependendo do caso, pode ser necessário o implante de próteses de silicone.
3. Braços (Braquioplastia): Muitas pessoas que passam pela bariátrica, especialmente mulheres, ficam constrangida ao usar um top ou uma blusa sem manga mesmo após a perda de peso pelo excesso de flacidez nos braços, que costumam chamar de pelanca. A cirurgia de braquioplastia é indicada para remover o excesso de pele que se acumula na região dos braços, melhora o contorno.
4. Coxas (Lipoaspiração e lifting de Coxas): As coxas também são áreas comumente afetadas após a perda de peso extrema. O lifting de coxas trabalha o contorno da região, retirando o excesso de pele flácida da região interna das coxas, que pode atrapalhar na movimentação e causar irritação e manchas pelo atrito. Vale observar que o procedimento não é apenas estético, mas também funcional, porque gera conforto e facilita a prática de atividades físicas.
Guilherme Ferretti é médico e cirurgião plástico. Membro especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Atua na cirurgia de contorno corporal, estética, reparadora e lesões de pele e tem mais de uma década de experiência na especialidade da cirurgia plástica reparadora pós-bariátrica. Siga: Instagram e Canal Youtube