Imagem Blog

Gilberto Ururahy

Por Gilberto Ururahy, médico Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Especialista em medicina preventiva
Continua após publicidade

Síndrome Metabólica: quando a gordura é inimiga da saúde

Local onde a gordura está instalada no corpo é fundamental para a saúde

Por Gilberto Ururahy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 20 abr 2021, 13h43 - Publicado em 20 abr 2021, 10h05
Mulher medindo a circunferência abdominal.
Gordura localizada na região do abdômen oferece maior risco à saúde. (Envato Elements/Reprodução)
Continua após publicidade

A MedRio Check Up está comemorando 30 anos de funcionamento. Para marcar efeméride tão importante, criamos uma agenda de “Encontros Científicos com a Prevenção”, que acontecem uma vez por mês, abordando diferentes especialidades médicas. Neste mês de abril, os convidados são o endocrinologista Amélio Godoy e o hepatologista Henrique Sergio Coelho.

Boa leitura! – Gilberto Ururahy

Síndrome Metabólica: quando a gordura é inimiga da saúde

Titulado pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia/Associação Médica Brasileira, Mestre em Endocrinologia (PUC-Rio), Doutor em Ciências (UERJ) e Professor de Pós-Graduação em Endocrinologia (PUC-Rio), o endocrinologista Amélio Godoy ressalta que a questão da Síndrome Metabólica vai além da dicotomia “gordo x magro”: quem define a gênese da síndrome metabólica é a distribuição de gordura no corpo, especialmente do abdômen para cima.

Conversamos com Amélio Godoy sobre este e outros assuntos:

O que leva um paciente ao quadro de Síndrome Metabólica?

A Síndrome Metabólica é um conjunto de fatores de riscos metabólicos que se manifestam num mesmo indivíduo, caracterizado por um quadro de gordura localizada em região mais central (ou seja, na área do abdômen) e resistência à insulina, que traz o maior risco de doenças cardiovasculares, ateroscleroses e diabetes. A Síndrome Metabólica recebe esse nome porque são vários possíveis componentes. A International Diabetes Federation (IDF) afirma que para ter uma síndrome metabólica, além do aumento da circunferência abdominal, o paciente tem que apresentar pelo menos dois desses fatores: triglicerídeos aumentado (acima de 150), HDL baixo (para homem 40 ou menos e para mulheres abaixo de 50), pressão arterial acima de 130 por 80 e glicose (em jejum) acima de 100, ou em tratamento para hipertensão, diabetes ou gordura no sangue.

O quanto a Síndrome Metabólica está relacionada ao estilo de vida?

A Síndrome está diretamente relacionada ao estilo de vida e também ao ganho de peso. Quem engorda mais na região baixa do corpo (área dos glúteos e das coxas para baixo), tem menos risco de síndrome metabólica. Já quem engorda da cintura pra cima, na área abdominal, tem o risco maior da síndrome metabólica. De acordo com a pesquisa ELSA Brasil, 51% das pessoas com peso normal tinham a Síndrome Metabólica. Entretanto, entre os que tinham obesidade (22,7%), apenas 12% apresentavam a Síndrome Metabólica. Portanto, quem define a gênese da Síndrome Metabólica é a distribuição de gordura no corpo.

Continua após a publicidade

Qual a incidência de Síndrome Metabólica?

Artigo publicado em 2019 apontou que um terço da população americana tem Síndrome Metabólica. No Brasil temos dados esparsos a respeito, mas podemos dizer que a população brasileira é de risco. O excesso de peso no Brasil hoje incide em 56% da população e a obesidade em 20% das pessoas.

Como a pandemia influenciou nos casos de Síndrome Metabólica?

Durante a pandemia as pessoas ficaram mais sedentárias, comendo e bebendo mais. Noto que os pacientes chegam mais pesados ao consultório, mas não é uma regra, existe também quem tenha emagrecido, mas trata-se de perda de massa magra.

A Síndrome Metabólica é reversível?

A boa notícia é que ela é sim reversível. Assim como a diabetes tipo 2 também é reversível, se for tratada desde o inicio. O fato é que todo paciente de Síndrome Metabólica tem que fazer uma revisão do estilo de vida.

Existe uma incidência maior de Síndrome Metabólica em alguma faixa etária?

Não se trata de uma questão de faixa etária. A Síndrome pega desde crianças a adolescentes, sem falar nos adultos. A nossa maior preocupação é que adolescentes já apresentam Síndrome Metabólica e isso é grave porque esse jovem tem chance enfartar precocemente. Estudos feitos na Escandinávia mostram que aqueles adolescentes que já apresentavam alterações tiveram eventos cardiovasculares ainda na jovem idade adulta.

Continua após a publicidade

Ela é mais comum em homens ou em mulheres?

A Síndrome Metabólica é mais comum nos homens, embora as mulheres sejam mais penalizadas, especialmente depois da menopausa, quando engordam mais na região central e, portanto, tem maior risco de desenvolverem todas as doenças relacionadas.

Como os check-ups feitos na MedRio podem se aliados neste processo?

O check up é muito importante porque os pacientes que se dedicam muito ao trabalho e se descuidam da saúde tem a oportunidade de fazer seus exames e podem detectar eventuais alterações de forma precoce e serem encaminhados para tratamento.

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

Assinando Veja você recebe mensalmente Veja Rio* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
*Para assinantes da cidade de Rio de Janeiro

a partir de 39,96/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.