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Gilberto Ururahy

Por Gilberto Ururahy, médico Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Especialista em medicina preventiva
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Pandemia, emoções e comportamento

Os efeitos de meses de isolamento social e home office na saúde emocional dos indivíduos

Por Gilberto Ururahy
Atualizado em 1 dez 2021, 13h13 - Publicado em 1 dez 2021, 13h03
Mulher no escuro, à luz do celular.
Isoladas em casa, as pessoas viram vários de seus hábitos mudarem repentinamente: sedentarismo, insônia, ganho de peso corporal, queda na qualidade da alimentação, usa abusivo de bebida alcoólica. (Internet/Reprodução)
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A pandemia do coronavírus foi uma das mais agressivas e radicais mudanças de rumo da história recente do ser humano. De repente, todos se viram trancados em casa, com restrições impositivas à vida rotineira. A velocidade dos fatos não possibilitou sequer um período de adaptação. Resultado: intenso estresse como reação natural do corpo.

Sabemos que o estresse, por meio dos hormônios adrenalina e cortisol, é o combustível que alimenta o estilo de vida pouco saudável. Diante de um quadro de estresse, ocorrem o medo e as incertezas. É a combinação perfeita para que o emocional entre em ebulição. Isoladas em casa, as pessoas viram vários de seus hábitos mudarem repentinamente: sedentarismo, insônia, ganho de peso corporal, queda na qualidade da alimentação, uso abusivo de bebida alcoólica.

Segundo Darwin, as seis emoções comuns a toda Humanidade, independentemente da nacionalidade ou cultura, são: a tristeza, o medo, a surpresa, o desgosto, a raiva e a alegria. Por muito meses, a população ficou refém, exclusivamente, das cinco primeiras. E o que fizeram as empresas, na tentativa de manter a normalidade de funcionamento? Desenvolveram com seus colaboradores o home office. Assim como todos os demais aspectos da vida, o trabalho a distancia aconteceu de forma súbita e impositiva, sem preparo ou adaptação para tal desafio.

Os impactos são diversos e facilmente identificáveis: fragilidade da saúde mental, pânico e ansiedade, depressão, queda na motivação, dificuldade de concentração, falta de supervisão de um líder ou mentor, dificuldade de implementar a cultura da corporação remotamente, especialmente entre os mais jovens. Passamos o dia tentando sanar questões que seriam resolvidas rapidamente de forma presencial. Atravessamos um tempo em que a casa virou o centro de todas as atividades cotidianas. Para além de todos os desafios impostos, estamos todos sobrecarregados com o home office. Não é uma situação confortável para nenhuma das partes: se por um lado os funcionários estão com a saúde fragilizada, na outra ponta estão as empresas, que se verão obrigadas a arcar com gigantescas ações trabalhistas.

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Ainda não estamos vivendo dentro da normalidade. Muitas empresas ainda estão receosas em retomar suas atividades presenciais como na época anterior à pandemia. Sabe-se que há pela frente um longo caminho de preparação para essa nova realidade, pelo bem das empresas e da saúde dos próprios colaboradores.

Gilberto Ururahy é médico há 40 anos, com longa atuação em Medicina Preventiva. Em 1990, criou a Med Rio Check Up, líder brasileira em check up médico. É detentor da Medalha da Academia Nacional de Medicina da França e autor de três livros: “Como se tornar um bom estressado” (Editora Salamandra), “O cérebro emocional” (Editora Rocco) e “Emoções e saúde” (Editora Rocco).

 

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