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Por Fabio Szwarcwald, colecionador de arte e gestor cultural
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Cinemateca do MAM ganhará nova sede dedicada ao acervo documental

Em poucos meses, o centro de documentação e pesquisa, aberto ao público, abrigará cerca de 2,5 milhões de itens, no Centro do Rio. Filmes seguem no museu

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Atualizado em 13 ago 2020, 11h19 - Publicado em 10 jul 2020, 14h33

Em poucos meses, o centro de documentação e pesquisa, aberto ao público, abrigará cerca de 2,5 milhões de itens, no Centro do Rio

No dia 7 de julho, celebramos os 65 anos de fundação da Cinemateca do MAM, a segunda mais antiga em atividade no país e um dos mais relevantes arquivos audiovisuais da América Latina. Um centro de referência do cinema brasileiro e mundial dedicado à conservação da memória cinematográfica. Ao longo de mais de seis décadas, a Cinemateca foi responsável pelo desenvolvimento cultural de diversas gerações de cinéfilos, cineastas e de todos os interessados na história da sétima arte.

A Cinemateca do MAM mantém várias coleções e obras raras, incluindo o filme brasileiro mais antigo preservado, o ‘Reminiscências’, de Aristides Junqueira, cujas imagens remontam a 1909. Há filmes da vanguarda russa, fitas surrealistas, obras do cinema mudo americano… São mais de 7 mil títulos (em 35mm e 16mm) e cerca de 60 mil em base digital e analógica.

O auditório Cosme Alves Netto – homenagem ao cineclubista, agitador cultural e diretor da Cinemateca entre 1965 e 1988 – é um espaço de exibição no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro em diferentes bitolas, formatos, resoluções e sistemas sonoros. A programação inclui apresentações de filmes silenciosos com acompanhamento musical ao vivo.

Foco histórico de resistência cultural ao regime militar, a Cinemateca teve sessões vigiadas e proibidas durante o período da ditadura, com apreensão de filmes. É interessante pensar que atravessamos hoje um momento de desmonte do audiovisual muito semelhante ao que ocorreu em 1968 e, mais uma vez, a Cinemateca do MAM cumprirá papel fundamental (como cumpriu naquela época) na preservação e guarda da memória do audiovisual brasileiro.

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Dentro de poucos meses, será inaugurado um novo centro de documentação e pesquisa, na Rua do Senado, para onde vem sendo transportado todo o acervo não fílmico. São cerca de 2,5 milhões de documentos, que compõem a maior coleção documental sobre cinema do país, com cartazes, figurinos, storyboards, equipamentos e outros itens raros. Com central técnica de digitalização, o local será – num futuro próximo – o único espaço presencial no país de exibição cinematográfica das tecnologias do passado.

Apontando também para o futuro, em diálogo com as novas gerações, a Cinemateca do MAM dá um passo importante para ampliar suas ações de difusão com a criação de um canal on-line exclusivo (www.vimeo.com/mamrio), que será inaugurado hoje, dia 10 de julho. Em cartaz, duas mostras com exibição gratuita. A mostra comemorativa “Cinemateca 65 anos” apresenta três longas e cinco curtas que lembram aspectos e momentos de sua história e missão, tanto na preservação, quanto na difusão do cinema nacional. E a “Mostra Petrobras de filmes para criança” exibirá um conjunto de 26 produções brasileiras voltadas para a primeira infância. É programação diversa, para todas as idades.

A Cinemateca do MAM subverte a pecha de que o Brasil é um país sem memória, que despreza seu passado. O maior e melhor presente nos seus 65 anos seria ver a Cinemateca Brasileira (bem) cuidada de novo. E com urgência.

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