Pesquisa Datafolha: estudantes estão com dificuldade de conter as emoções
Instituto de pesquisa entrevistou pais e alunos de todo o Brasil
Nova pesquisa Datafolha, encomendada pelo Itaú Social, Fundação Lemann e BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), confirmou o que até então era uma impressão relatada por pais e professores a respeito do comportamento de seus filhos e alunos. Depois da fase aguda da pandemia, crianças e jovens apresentam sérias questões de comportamento, como agitação excessiva, agressividade e dificuldade de concentração.
De acordo com a pesquisa – que entrevistou 1.308 responsáveis e 1.869 alunos de instituições públicas de todo o Brasil –, os pais afirmam que além da dificuldade de controlar as emoções, 24% dos menores se sentem sobrecarregados (o que já havíamos apontado em coluna anterior) e 18% estão tristes ou deprimidos. A sondagem apontou que 40% dos alunos estão recebendo algum apoio psicológico nas escolas.
Segundo a Secretaria Estadual de Educação de São Paulo, houve um aumento de 48,5% de casos de violência física nos dois primeiros meses de 2022, se comparado a 2019. Em outras cidades, há registros também de aumento de ocorrências de crise de ansiedade, automutilação e falta de concentração dos alunos.
A pesquisa do Datafolha trouxe um outro dado preocupante: 39% dos estudantes do início do ensino fundamental (do 1º ao 5º ano) estão com sérias dificuldades em avançar no processo de alfabetização e 6% sequer estão avançando, segundo relato dos próprios pais. É compreensível: o que se vê agora, em 2022, é que as escolas voltaram ao nível de cobrança de antes da pandemia. Depois de quase dois anos isolados, tendo aulas por meio de telas, sem interagirem com colegas, contando com a ajuda dos pais, fazendo provas e testes de forma improvisada, as crianças estão com dificuldades concretas de aprendizagem.
Entre os pouco mais velhos, a situação não é muito melhor: 47% dos alunos do 6º ao 9º ano apresentam algum nível de dificuldade em lidar com vários professores. A capacidade de concentração também foi seriamente abalada. O aumento de complexidade dos trabalhos de Matemática (73%) e de textos de leitura maiores (56%) são outros desafios identificados pelo Datafolha.
As escolas desconfiavam que os muitos meses afastados dos encontros presenciais, restritos às aulas online, trariam consequências significativas à saúde mental dos alunos. Só não imaginavam que o dano seria tão numeroso, intenso e de tão longo prazo.
Fabio Barbirato é psiquiatra pela ABP/CFM e responsável pelo Setor de Psiquiatria Infantil do Serviço de Psiquiatria da Santa Casa do Rio. Como professor, dá aulas na Pós-Graduação em Medicina e Psicologia da PUC-Rio. É autor dos livros “A mente do seu filho” e “O menino que nunca sorriu & outras histórias”. Foi um dos apresentadores do quadro “Eu amo quem sou”, sobre bullying, no “Fantástico” (TV Globo).
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