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Psiquiatra infantil
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ChatGPT: ferramenta que produz conteúdos é desafio ético para jovens

Sensação no mundo tecnológico, novidade é capaz de criar textos longos em segundos

Por Fabio Barbirato
15 fev 2023, 10h01

A volta às aulas neste 2023 traz um novo desafio para professores, educadores e os pais: o surgimento do ChatGPT, capaz de criar conteúdos sob demanda do usuário em questão de segundos. A ferramenta tem como base as informações disponíveis na internet. A novidade é que, diferente do que ocorre em outros mecanismos – como o Google, por exemplo, que apenas indica os resultados da busca – , o Chat GPT se vale dos algoritmos para inserir as informações em um contexto capaz de elaborar textos, letras de música, contos, poesias etc.

Para as muitas gerações que cresceram recorrendo aos grossos volumes da Barsa, trata-se de uma novidade e tanto. Mas não é a primeira vez – e nem será a última – que a tecnologia provoca um novo pensamento sobre o processo de ensino e aprendizado. Quando a calculadora portátil, foi criada, supõe-se que os alunos não iriam mais aprender aritmética, subjugados à máquina, e isso não aconteceu. O mesmo se deu com o surgimento do Google, tido como uma ameaça ao ensino e que o tempo se provou ser mais um aliado que um inimigo.

Agora, com o ChatGPT, a inteligência artificial entrega textos sobre os mais diversos assuntos, do tamanho que o usuário deseja, em questão de segundos. À primeira vista, parece um tremendo desafio ético para uma geração pouco acostumada à escrita. Como controlar se um determinado trabalho foi escrito pelo aluno ou pela ferramenta tecnológica?

Quanto às escolas, que mais uma vez se veem diante de um novo fato que interfere diretamente no ensino, cabe não apenas considerar a possível nova ameaça, mas também em como a novidade pode ser assunto de um debate maior junto aos jovens, dentro de sala de aula acerca da questão ética de assumir como sua a autoria de um texto que ele não escreveu.

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A escola tem que ser o lugar de construção do pensamento do aluno, que o leva a construir o raciocínio próprio. É preciso que o jovem entenda que fora daquele ambiente, não poderá contar com máquinas que façam o que tem que ser feito por ele. Mais que uma “esperteza” momentânea, é uma lição que seguramente ele irá aprender para o resto da vida.

A inteligência artificial do ChatGPT é hábil em ligar frases, mas a construção do raciocínio organizado e lógico de um ser humano ainda não pode ser substituída por nenhuma máquina.

Fabio Barbirato é psiquiatra pela ABP/CFM e responsável pelo Setor de Psiquiatria Infantil do Serviço de Psiquiatria da Santa Casa do Rio. Como professor, dá aulas na pós-graduação em Medicina e Psicologia da PUC-Rio. É autor dos livros “A mente do seu filho” e “O menino que nunca sorriu & outras histórias”. Foi um dos apresentadores do quadro “Eu amo quem sou”, sobre bullying, no “Fantástico” (TV Globo).

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