Solidão pode aumentar o risco de Alzheimer e demência

De acordo com um estudo recente que incluiu mais de 600 000 pessoas, a solidão aumentou o risco de demência por todas as causas. A solidão, um sentimento frequentemente subestimado, está se revelando um fator de risco significativo para a demência, incluindo a doença de Alzheimer e a demência vascular.

Solidão e Demência: O Que a Ciência Revela

O estudo publicado é uma meta-análise, que incluiu mais de 600 000 pessoas e demonstrou que a solidão está associada a um risco 31% maior de demência geral (HR 1.306, 95% CI 1.197-1.426). O estudo destacou que a solidão está ligada tanto à doença de Alzheimer (HR 1.393, 95% CI 1.290-1.504) quanto à demência vascular (HR 1.735, 95% CI 1.483-2.029), além de estar associada a comprometimento cognitivo que não demência (HR 1.150, 95% CI 1.113-1.189).

Impacto da Solidão na Saúde Cognitiva

Os pesquisadores descobriram que a solidão aumenta o risco de Alzheimer em 39% e de demência vascular em 73%. Além disso, a solidão foi associada a um aumento de 15% no risco de comprometimento cognitivo leve, uma condição que pode preceder a demência.

Fatores Modificáveis e Prevenção

Mesmo após controlar fatores como depressão e isolamento social, a relação entre solidão e demência persistiu. Isso sugere que a solidão tem um impacto independente na saúde cognitiva. A Comissão Lancet sobre fatores de risco modificáveis para demência estima que abordar a solidão e o isolamento social poderia reduzir a prevalência de casos de demência em 5%.

Intervenções e Estratégias

Intervenções que visam reduzir a solidão e os sintomas depressivos podem ajudar a melhorar a saúde cognitiva. Além disso, comportamentos saudáveis e a redução do estresse também são essenciais. A solidão está relacionada ao risco cardiovascular, e fatores como diabetes, hipertensão e obesidade também desempenham um papel importante.

A solidão não é apenas um sentimento passageiro, mas um fator de risco significativo para a demência. Compreender e abordar a solidão pode ser uma estratégia crucial na prevenção da demência e na promoção da saúde cognitiva. À medida que a ciência avança, é essencial prestar atenção a esses fatores e implementar intervenções eficazes para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Não se trata apenas de viver mais, mas de viver melhor, com conexões significativas e uma mente saudável.

Fonte:

1. Luchetti, M., Aschwanden, D., Sesker, A.A. et al. A meta-analysis of loneliness and risk of dementia using longitudinal data from >600,000 individuals. Nat. Mental Health 2, 1350–1361 (2024). https://doi.org/10.1038/s44220-024-00328-9

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