“Saúde Única”: precisamos parar de separar a saúde mental da saúde física
Brasil, o país mais ansioso do mundo, precisa de uma abordagem global à saúde e da promoção da "Saúde Única" (One Health)
Em um mundo cada vez mais acelerado e repleto de demandas, muitas vezes somos levados a tratar nossa saúde como um quebra-cabeça composto por peças isoladas: a saúde física e a saúde mental. No entanto, essa abordagem fragmentada negligencia uma verdade fundamental e essencial – a intrincada interconexão entre nosso bem-estar mental e físico. É chegada a hora de romper com essa dicotomia prejudicial e reconhecer que somos seres holísticos, cuja saúde se manifesta como uma sinfonia harmoniosa entre corpo e mente. Nessa jornada rumo ao bem-estar integral, é imperativo compreender que a saúde não pode ser fragmentada em compartimentos estanques, mas sim vivida como uma tapeçaria intricada de cuidado abrangente.
O Brasil, conhecido por sua diversidade e riqueza cultural, também carrega um fardo preocupante nesse contexto. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o país ostenta um título não desejado: é o país com o maior número de pessoas ansiosas do mundo. Surpreendentemente, cerca de 18,6 milhões de brasileiros, correspondendo a 9,3% da população, convivem com o transtorno de ansiedade. Essa estatística alarmante não apenas coloca em evidência a magnitude do desafio que enfrentamos, mas também sublinha a urgência de uma abordagem mais holística para cuidar da nossa saúde.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define o conceito de One Health (“Saúde Única”) como uma abordagem integrada e unificadora que visa equilibrar e otimizar de forma sustentável a saúde de pessoas, animais e ecossistemas.
À medida que exploramos a intrincada relação entre saúde mental e saúde física, torna-se cada vez mais claro que a saúde não pode ser fragmentada em compartimentos estanques, mas sim vivida como uma tapeçaria intricada de cuidado abrangente. Nessa jornada rumo ao bem-estar integral, é imperativo compreender a complexidade de nossa existência e o impacto profundo que a interação entre mente e corpo exerce sobre nosso equilíbrio e qualidade de vida.
Abordagem global da Saúde:
O paradigma de saúde holística prega a união do corpo e da mente, reconhecendo que um impacta diretamente o outro. A divisão entre saúde orgânica e mental limita a nossa compreensão do ser humano como uma entidade complexa e interdependente. Portanto, a abordagem integrada, que considera tanto os aspectos físicos quanto emocionais, é fundamental para promover o bem-estar completo.
Brasil – o país mais ansioso do mundo:
O Brasil enfrenta uma realidade preocupante: é o país com a maior taxa de ansiedade do mundo. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 9,3% da população brasileira sofre de transtornos de ansiedade. Esse cenário não apenas impacta o indivíduo em nível emocional, mas também afeta a saúde física, aumentando o risco de doenças cardiovasculares, distúrbios alimentares e outros problemas de saúde. A elevada prevalência da ansiedade no Brasil impõe uma ameaça multidimensional. Além dos impactos evidentes na saúde mental individual, essa realidade reverbera em consequências socioeconômicas, como a diminuição da produtividade no trabalho, aumento dos custos de saúde e sobrecarga nos sistemas de assistência. Para enfrentar esse desafio, é imperativo investir em políticas de saúde mental abrangentes, educação pública sobre o tema e aprimoramento do acesso a tratamentos, visando não somente ao bem-estar individual, mas à resiliência e ao progresso nacionais.
Superando a Estigmatização:
Um dos obstáculos na busca pela saúde integral é o estigma associado às doenças mentais. Muitos ainda relutam em buscar ajuda, temendo o julgamento social. É essencial promover uma cultura de compreensão e empatia, de modo que as pessoas se sintam à vontade para procurar apoio tanto para suas preocupações mentais quanto físicas.
Intervenções Integrativas
A medicina tem reconhecido cada vez mais a importância de abordagens integrativas para a saúde. A prática de exercícios físicos, meditação, terapia cognitivo-comportamental e mindfulness são exemplos de intervenções que beneficiam tanto o corpo quanto a mente, ajudando a reduzir a ansiedade e a promover o equilíbrio.
Promover a “Saúde Única”:
Profissionais de saúde, governo e sociedade devem trabalhar em conjunto para promover a “Saúde Única” . Investir em educação sobre saúde mental desde a infância, aumentar o acesso a tratamentos adequados e criar ambientes de trabalho e educação mais saudáveis são passos essenciais para enfrentar os desafios da ansiedade no Brasil.
Precisamos derrubar as barreiras e os preconceitos que separam a saúde orgânica da saúde mental e abraçar uma abordagem holística para o bem-estar. No Brasil, onde a ansiedade é um problema de saúde pública, essa integração se torna ainda mais urgente. Ao reconhecer que somos seres complexos e interligados, estaremos no caminho para uma vida mais saudável e equilibrada, tanto física quanto mentalmente.
No ato de reconhecer a profunda conexão entre nossos estados emocionais e nosso bem-estar físico, não apenas mudamos nossas próprias vidas, mas também estendemos a mão para forjar uma nação mais resiliente, empática e saudável.
A saúde é uma apenas, por isso precisamos, de uma vez por todas, sem preconceitos, parar de separar a saúde mental da saúde física, encarar a saúde como um todo e entender a importancia da “Saúde Única” ( One Health) para bem estar de todo o mundo.
Fontes:
1. The Burden of Mental Disorders in the Region of the Americas. chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://iris.paho.org/bitstream/handle/10665.2/49578/9789275120286_eng.pdf?sequence=10&isAllowed=y
2. One Health. World Health Organization. https://www.who.int/health-topics/one-health#tab=tab_1
3. One Health. CDC. https://www.cdc.gov/onehealth/index.html