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Fabiano Serfaty

Por Fabiano M. Serfaty, clínico-geral e endocrinologista, MD, MSc e PhD. Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Saúde, Prevenção, Tratamento, Qualidade de vida, Bem-estar, Tecnologia, Inovação médica e inteligência artificial com base em evidências científicas.
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Protocolo de calor pioneiro no mundo é publicado pela prefeitura do Rio

Plano de Contingência para Enfrentamento ao Calor Extremo inclui cinco níveis de alerta, orientando ações para enfrentar riscos proteger a saúde pública

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Atualizado em 30 out 2024, 10h25 - Publicado em 29 out 2024, 21h17
calor
Calorão: seres humanos conseguem sobreviver por seis horas em uma temperatura de bulbo úmido acima de 35ºC; que equivale a 45ºC com 50% de umidade, resultando em sensação térmica de 71ºC. (Freepik/Reprodução)
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As mudanças climáticas têm trazido ondas de calor cada vez mais intensas e frequentes, criando um cenário alarmante para a saúde pública global. O calor extremo não é apenas desconfortável; ele pode ser mortal. Uma das consequências mais graves dessa exposição é o golpe de calor (heat stroke), uma condição que ocorre quando o corpo perde a capacidade de regular sua temperatura, levando à febre alta, confusão mental, perda de consciência e, em casos críticos, danos permanentes ou até óbito.

Relatórios da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que o golpe de calor é responsável por milhares de mortes todos os anos em países expostos a ondas de calor, especialmente nas áreas urbanas densamente povoadas. Com o aumento global das temperaturas, cidades de todo o mundo enfrentam desafios inéditos para proteger seus cidadãos dos impactos do calor extremo, especialmente aqueles em situação de vulnerabilidade, como idosos, crianças e pessoas com doenças crônicas. Diante desse cenário, o desenvolvimento de estratégias de prevenção e resposta tornou-se essencial para garantir a saúde e a segurança da população.

Protocolo Pioneiro do Rio de Janeiro: uma resposta inovadora e abrangente

Atento aos impactos das ondas de calor e ao crescimento das temperaturas urbanas, o município do Rio de Janeiro lançou um Plano de Contingência para Enfrentamento ao Calor Extremo. Sob a administração do prefeito Eduardo Paes, e com a colaboração do secretário de saúde Daniel Soranz e da superintendente de Vigilância em Saúde, Gislani Mateus Aguilar, o plano é o primeiro do Brasil e do mundo a adotar um sistema de cinco níveis de alerta, orientando ações para enfrentar os riscos do calor extremo e proteger a saúde pública.

Este protocolo, publicado nesta terça (29), é pioneiro mundialmente, estruturado para ser implementado com base em dados meteorológicos e epidemiológicos em tempo real, permitindo uma resposta escalonada conforme a gravidade da onda de calor. Em cada nível de alerta, o plano define ações específicas para a prevenção, preparação e resposta rápida, visando mitigar o impacto do calor sobre a população carioca.

Estrutura dos Níveis de Alerta e Ações Específicas

1. Nível de Calor 1 – Prevenção e conscientização, com orientações para o autocuidado, hidratação e proteção solar.
2. Nível de Calor 2 – Monitoramento intensificado, com atenção especial aos grupos mais vulneráveis, e aumento das campanhas de comunicação.
3. Nível de Calor 3 – Adoção de triagens e monitoramento de saúde em unidades de atendimento, além de orientações para minimizar o risco de golpe de calor.
4. Nível de Calor 4 – Abertura de centros de hidratação em unidades de saúde e mobilização das equipes de emergência para suportar a demanda.
5. Nível de Calor 5 – Resposta emergencial com suspensão de atividades externas, realocação de profissionais para áreas críticas e organização da rede para atender os casos mais graves.

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Cada nível de calor é determinado pelo Índice de Calor (IC), que considera fatores como temperatura e umidade. Esses níveis de alerta permitem que a cidade atue de forma proativa, oferecendo medidas eficazes de proteção, especialmente em regiões mais vulneráveis ao calor extremo.

Proteção e monitoramento da saúde dos cariocas

O calor extremo não impacta todos de forma igual: idosos, crianças, pessoas com condições crônicas e trabalhadores expostos ao sol são os mais afetados. Para Daniel Soranz, a importância do plano está em garantir que a população, especialmente os mais vulneráveis, tenha acesso a uma rede preparada para responder às emergências de calor: “O plano define ações claras para cada nível de risco, mobilizando a rede de saúde para agir de forma coordenada e garantir que a população receba a proteção necessária em situações de calor extremo.”

Gislani Mateus Aguilar, que liderou a parte técnica do protocolo, reforça que o monitoramento em tempo real é essencial: “O calor extremo é um risco de saúde que muitas vezes passa despercebido até que seja tarde demais. Ao integrar dados meteorológicos e epidemiológicos, conseguimos monitorar e antecipar os efeitos do calor, protegendo a população de forma abrangente.”

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Um exemplo de inovação em saúde pública

Além de proteger os cariocas, o protocolo de calor do Rio de Janeiro estabelece um novo padrão em saúde pública e resiliência climática. Em tempos de crise climática global, o plano coloca o Rio na vanguarda ao oferecer um modelo de ação que poderá inspirar outras cidades brasileiras e internacionais. Este protocolo demonstra que a proteção à saúde em situações de calor extremo é possível e necessária, provendo uma base sólida para que outras regiões possam desenvolver estratégias semelhantes e eficazes.

Com esta ação, o Rio de Janeiro se torna referência no enfrentamento dos impactos das mudanças climáticas, servindo de exemplo para que cidades em todo o mundo adotem respostas coordenadas e baseadas em dados.

Fonte:

1. https://saude.prefeitura.rio/wp-content/uploads/sites/47/2024/10/Livro_PlanoContingenciaEnfrentamentoCalorExtremo_PDFDigital_20241024.pdf

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