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Por Fabiano M. Serfaty, clínico-geral e endocrinologista, MD, MSc e PhD.
Saúde, Prevenção, Tratamento, Qualidade de vida, Bem-estar, Tecnologia, Inovação médica e inteligência artificial com base em evidências científicas.
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Por que você não consegue emagrecer?

Saiba como otimizar a redução do peso corporal usando a Calorimetria Indireta Você já parou para se perguntar porque tantas pessoas não conseguem emagrecer? Muito se fala sobre obesidade, sobrepeso e emagrecimento e apesar disso, metade da população brasileira tem esse problema. Em parte isso é causado pela baixa qualidade das informações disponíveis, que em […]

Por fernanda
Atualizado em 25 fev 2017, 17h49 - Publicado em 5 out 2015, 20h28

Saiba como otimizar a redução do peso corporal usando a Calorimetria Indireta

Você já parou para se perguntar porque tantas pessoas não conseguem emagrecer? Muito se fala sobre obesidade, sobrepeso e emagrecimento e apesar disso, metade da população brasileira tem esse problema. Em parte isso é causado pela baixa qualidade das informações disponíveis, que em grande maioria não tem nenhuma base científica. Por outro lado a falta de acompanhamento adequado, controle e disciplina por parte dos pacientes e dos profissionais de saúde  também contribuem para o insucesso dos programas de emagrecimento. Na tentativa de entender melhor quais as novas ferramentas que podem melhorar o acompanhamento e o resultado de indivíduos que precisam emagrecer, vamos conhecer um pouco mais sobre a Calorimetria Indireta.

Qual o principal conceito que as pessoas que querem emagrecer precisam entender?

A primeira fórmula que todos tem na cabeça quando o assunto é emagrecimento é: precisamos gastar mais energia do que consumimos. A imagem de uma balança, no formato de uma daquelas de feira livre, é realmente muito utilizada por médicos e nutricionistas quando explicam o que acontece com o organismo durante esse processo. Nessa balança, temos de um lado a energia fornecida pelos alimentos que consumimos e do outro, o gasto de energia diário. Com essa metáfora fica fácil compreender que a perda de peso está vinculado a um déficit energético, isto é, um balanço negativo.

energetico

Sabemos quantificar a ingestão energética com mais facilidade pois os alimentos tem essa informação no rótulo, como podemos medir o gasto energético?

O gasto de energia pode ser dividido em 4 categorias: taxa metabólica de repouso, termogênese do alimento, atividade motora espontânea e  exercício físico. Desses componentes, a taxa metabólica de repouso determina entre 60-70% do gasto de energia diário e pode ser definida como a quantidade mínima de energia gasta para manter as funções vitais do organismo. Para os cálculos de emagrecimento, utilizam-se fórmulas pré definidas em que se pressupõem um valor de taxa metabólica de repouso. Todavia, como este componente do gasto de energia representa mais da metade da energia gasta diariamente, é fundamental que se calcule com precisão tal valor.

Qual é o melhor método para medir o metabolismo de repouso?

A maneira mais precisa é realizar um exame de calorimetria indireta.

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O que é Calorimetria Indireta?

A Calorimetria Indireta é um exame que mede o consumo de oxigênio e a produção de gás carbônico durante as trocas respiratórias. Esta metodologia foi desenvolvida no início do século passado, sendo cientificamente muito bem estabelecida como o exame mais preciso para se quantificar o metabolismo de repouso e, consequentemente, as necessidades nutricionais dos indivíduos.

Porque esse exame é importante para o seu processo de emagrecimento?

Porque a  taxa metabólica de repouso é o principal componente do gasto de energia diário e através dessa medida o médico e nutricionista podem calcular com precisão a prescrição alimentar. Simplificando, precisamos medir quantas calorias seu metabolismo gasta em repouso para então calcular quantas calorias você tem que ingerir. Através do exame de Calorimetria Indireta garantimos essa precisão no cálculo do metabolismo, proporcionando emagrecimento mais rápido e significativo

Como este exame pode potencializar o emagrecimento?

Após algumas semanas de dieta, o organismo luta contra o emagrecimento diminuindo de 10-25% a taxa metabólica de repouso. Dessa forma, se o metabolismo não for acompanhado com precisão, o emagrecimento estaciona, mesmo que a dieta esteja sendo seguida. Nesse momento, um ajuste precisa ser feito na dieta. Este ajuste depende do exato valor da taxa metabólica de repouso, que deverá ser medida em diferentes momentos do processo de emagrecimento. Por exemplo, ao atingir o peso corporal desejado (fase de manutenção), novo exame deve ser realizado para manter o sucesso alcançado. Dessa forma, evita-se o tão conhecido “efeito sanfona”.

Porque eu nunca escutei falar nesse exame antes?

A calorimetria indireta é muito popular em universidades, laboratórios e centros de pesquisa. Seu uso na clínica ficou restrito devido ao alto custo para obtenção do sistema. Com o desenvolvimento de novas tecnologias, temos agora alguns modelos disponíveis para uso na clínica médica.

Como é realizado o Exame?

O exame tem duração de 20 minutos e consiste em avaliar o consumo de oxigênio e produção de CO2 em um indivíduo deitado, em ambiente calmo e com temperatura controlada.

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Existem outras aplicações para a Calorimetria Indireta alem da utilização em programas de emagrecimento?

Sim. Indivíduos que desejam aumentar a massa muscular também devem ser acompanhados por este exame para garantir precisão na prescrição de proteínas e carboidratos de acordo com cada metabolismo.

E no tratamento de doenças?

O uso da Calorimetria Indireta na clínica médica tem grande relevância. Doenças nas quais o aporte nutricional é fundamental para a recuperação do paciente, exigem precisão na obtenção de dados sobre a taxa metabólica de repouso. Como exemplo temos o diabetes, alguns tipos de câncer, a obesidade mórbida e até mesmo os indivíduos que se submeteram a cirurgia bariátrica.

Concluímos que a Calorimetria Indireta é uma ferramenta importante para que médicos, nutricionistas e outros profissionais da saúde realizem, com maior precisão, suas condutas clínicas, garantindo qualidade de vida e saúde aos seus pacientes.

 

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Bruno Moulin de Andrade

Formado em Educação Física pela UFRJ, possui Pós-doutorado em Fisiologia Humana com especialização em Endocrinologia pelo Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho – UFRJ.

Professor Visitante da Pós-Graduação em Endocrinologia da Faculdade de Medicina da UFRJ.

https://lattes.cnpq.br/5367223407447590

brunoandrade@realimentare.com.br

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realimentare.com.br

Colaboração e Agradecimento:

Sapiens – Ilustrações Científicas – www.sapiens.art.brDra Renata Lopes Araujo
Prof. Antonio Carlos Perie

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