A obesidade infantil é uma questão alarmante que tem se tornado uma preocupação crescente em todo o mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), ela é considerada uma epidemia de expansão global, tendo impactos significativos na saúde e na qualidade de vida das crianças. Diante desse cenário desafiador, torna-se essencial compreender os principais fatores que contribuem para o aumento da obesidade infantil e buscar estratégias eficazes de prevenção e tratamento. Convido para a Nutricionista Ana Carla Thomaz, nutricionista da Serfaty Clínicas para explorarmos as causas deste problema, os riscos associados, e como podemos, juntos, enfrentar essa batalha, promovendo um ambiente saudável e proporcionando um futuro melhor para nossas crianças e para os nossos adolescentes.

Dr. Fabiano M. Serfaty:  O que é a obesidade infantil e por que ela se tornou uma epidemia global?

Ana Carla Thomaz: A obesidade infantil é o acúmulo excessivo de gordura corporal em crianças e adolescentes, causado principalmente por hábitos alimentares inadequados e sedentarismo. Ela se tornou uma epidemia global devido ao aumento alarmante em todo o mundo, representando uma ameaça à saúde pública com graves consequências, como um aumento na taxa de mortalidade e em doenças crônicas associadas.

Dr. Fabiano M. Serfaty: Quais são os principais fatores que contribuem para o aumento da obesidade infantil?

Ana Carla Thomaz: Diversos fatores contribuem para o aumento da obesidade infantil, incluindo desequilíbrio alimentar com o consumo excessivo de alimentos ultraprocessados, hábitos alimentares inadequados, irregularidades no sono causadas pela exposição prolongada a dispositivos eletrônicos, sedentarismo, fatores genéticos, influências emocionais, como ansiedade, e o ambiente familiar e social.

Dr. Fabiano M. Serfaty: Como a alimentação inadequada está relacionada ao aumento da obesidade infantil?

Ana Carla Thomaz: A alimentação inadequada, com o crescente consumo de alimentos ultraprocessados ricos em sódio, gorduras e açúcares, está diretamente relacionada ao aumento da obesidade infantil. Refrigerantes, guloseimas coloridas e fast food têm se tornado escolhas frequentes, comprometendo a saúde das crianças.

Dr. Fabiano M. Serfaty: Como o sedentarismo tem contribuído para a obesidade infantil?

Ana Carla Thomaz: O sedentarismo, resultado do crescente tempo dedicado a dispositivos eletrônicos, tem contribuído significativamente para a obesidade infantil, uma vez que reduz a prática de atividades físicas e brincadeiras ao ar livre, essenciais para a saúde e o bem-estar das crianças.

Dr. Fabiano M. Serfaty: Qual o papel dos fatores emocionais no aumento da obesidade infantil?

Ana Carla Thomaz: Os fatores emocionais, como a ansiedade, têm impacto direto na alimentação das crianças. Ambientes familiares ansiosos podem levar as crianças a recorrer à comida como forma de conforto emocional, aumentando o risco de desenvolvimento de obesidade.

Dr. Fabiano M. Serfaty: Quais são os principais riscos associados à obesidade infantil?

Ana Carla Thomaz: A obesidade infantil está associada a diversos riscos para a saúde das crianças, incluindo o desenvolvimento precoce de doenças crônicas, como diabetes, doenças cardiovasculares e hipertensão. Além disso, podem surgir transtornos alimentares, quadros de depressão, problemas respiratórios e até mesmo o aumento do risco de câncer.

Dr. Fabiano M. Serfaty: Como podemos prevenir a obesidade infantil?

Ana Carla Thomaz: A prevenção da obesidade infantil requer ações conjuntas da família, escolas e comunidade. Algumas medidas eficazes incluem oferecer uma alimentação saudável e balanceada, estimular a prática regular de atividades físicas e brincadeiras ao ar livre, reduzir o tempo de exposição a dispositivos eletrônicos, promover um ambiente emocionalmente seguro e apoiar a amamentação exclusiva nos primeiros seis meses de vida.

Dr. Fabiano M. Serfaty: Qual a importância de agir cedo na prevenção e tratamento da obesidade infantil?

Ana Carla Thomaz: Agir precocemente é fundamental na prevenção e tratamento da obesidade infantil, pois hábitos adquiridos na infância podem influenciar a saúde ao longo da vida. Quanto mais cedo promovermos mudanças saudáveis, maiores são as chances de garantir um futuro livre de complicações e doenças relacionadas à obesidade.

Dr. Fabiano M. Serfaty: Como podemos transformar o futuro, promovendo a saúde e a felicidade de nossas crianças?

Ana Carla Thomaz: Transformar o futuro envolve ações conjuntas e comprometidas de pais, educadores, profissionais de saúde e toda a comunidade. Promover uma alimentação saudável, incentivar a prática de atividades físicas, apoiar emocionalmente nossas crianças e criar ambientes favoráveis são passos essenciais para construir uma geração mais saudável e feliz.

Dr. Fabiano M. Serfaty: O que podemos esperar ao combater a obesidade infantil, investindo na saúde de nossas crianças?

Ana Carla Thomaz: Ao combater a obesidade infantil e investir na saúde de nossas crianças, estaremos criando um futuro radiante, onde a saúde e a felicidade caminham juntas. Nossas crianças crescerão confiantes e prontas para enfrentar o mundo com alegria e vitalidade, garantindo um amanhã mais promissor para toda a sociedade.

Profissional Convidada:

Ana Carla Thomaz

Nutricionista

Nutrição Clínica – Serfaty Clinicas

CRN: 18101481

Referências:

AMERICAN ACADEMY OF PEDIATRICS
Clinical Practice Guideline for the Evaluation and Treatment of Children and Adolescents With Obesity, 2023

https://publications.aap.org/pediatrics/article/151/2/e2022060640/190443/Clinical-Practice-Guideline-for-the-Evaluation-and?autologincheck=redirecte?autologincheck=redirected?autologincheck=redirected

Ministério da Saúde:

https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2022/setembro/acompanhadas-pelo-sus-mais-de-340-mil-criancas-brasileiras-entre-5-e-10-anos-possuem-obesidade

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