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Fabiano Serfaty

Por Fabiano M. Serfaty, clínico-geral e endocrinologista, MD, MSc e PhD. Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Saúde, Prevenção, Tratamento, Qualidade de vida, Bem-estar, Tecnologia, Inovação médica e inteligência artificial com base em evidências científicas.

Composição corporal na medicina personalizada

Bioimpedância multifrequencial, algoritmos preditivos e modelagens fisiológicas possibilitam leitura minuciosa do estado metabólico e funcional do paciente

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Atualizado em 18 abr 2025, 19h21 - Publicado em 18 abr 2025, 17h58
Bioimpedancia
Bioimpedancia (Tera Science/Reprodução)
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A integração entre a tecnologia de ponta e a  medicina para análise corporal de alta precisão representa uma das maiores evoluções na prática médica contemporânea. Com o uso de bioimpedância multifrequencial, algoritmos preditivos e modelagens fisiológicas complexas, é possível realizar uma leitura minuciosa do estado metabólico e funcional do paciente,  incluindo distribuição segmentar de massa magra, gordura visceral, perfil de hidratação, metabolismo basal, função autonômica e risco cardiometabólico.

Por isso, convidei Fernando Teixeira, engenheiro e doutorando na área da saúde, CEO da Tera Science https://www.terascience.com.br/, com mais de 30 anos de experiência em tecnologias médicas aplicadas à longevidade para esta conversa. Pesquisador-chefe da startup, Fernando Teixeira é responsável pelo desenvolvimento de sistemas aplicados à cardiologia, fisiologia clínica e saúde preventiva. Seu foco atual é a criação de plataformas clínicas com inteligência artificial voltadas para a reabilitação e promoção de saúde em indivíduos sedentários, especialmente aqueles com risco cardiometabólico elevado.

Dr. Fabiano M. Serfaty: A bioimpedância da Tera Science vem ganhando destaque no cenário da saúde de precisão. Ela foi validada contra exames considerados padrão-ouro, como DEXA, ressonância magnética ou tomografia? Quais populações participaram dos estudos e quais foram os resultados estatísticos?

Fernando Teixeira: Sim, conduzimos estudos comparativos robustos entre a nossa tecnologia e métodos como DEXA e tomografia computadorizada. A bioimpedância que desenvolvemos alcançou correlações acima de 0,9 para diversos parâmetros corporais, incluindo gordura visceral, massa magra e água corporal. Foram analisadas populações de diferentes faixas etárias, etnias e estados nutricionais. O modelo de machine learning que aplicamos se ajusta automaticamente ao biótipo, melhorando significativamente a acurácia da estimativa em comparação com modelos tradicionais.

Dr. Fabiano M. Serfaty: Além dos parâmetros clássicos de composição corporal, a Tera Science fornece dados que se conectam com a medicina funcional e de precisão. Quais biomarcadores ou índices exclusivos vocês oferecem?

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Fernando Teixeira: Nosso algoritmo entrega mais de 40 parâmetros detalhados, com destaque para a estimativa de gordura visceral, inflamação subclínica, densidade muscular segmentar e risco cardiometabólico preditivo. Também desenvolvemos um Índice de Performance Celular (IPC) que integra hidratação intracelular, reatância e integridade de membrana. Isso permite ao médico correlacionar rapidamente a composição corporal com parâmetros funcionais e inflamatórios.

 

Dr. Fabiano M. Serfaty: Em termos de inteligência artificial, como a plataforma aprende e melhora com o tempo? Existe alguma forma de personalização baseada nos dados clínicos do paciente?

Fernando Teixeira: A IA da Tera Science é baseada em aprendizado contínuo. Cada novo exame alimenta a base de dados de forma anonimizada, e o sistema ajusta seus coeficientes com base em desfechos validados. Além disso, o médico pode inserir informações clínicas adicionais , como presença de sarcopenia, resistência à insulina ou uso de medicamentos e o sistema recalibra a interpretação. Com isso, conseguimos uma personalização real, que conecta corpo, metabolismo e resposta terapêutica.

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Dr. Fabiano M. Serfaty: Pensando na prática clínica, como o médico pode usar esses dados de forma integrada? Há integração com prontuários eletrônicos ou dashboards inteligentes?

Fernando Teixeira: Sim. A plataforma da Tera Science permite exportação em diversos formatos e integrações com sistemas de prontuário eletrônico por API. Também oferecemos dashboards customizados, que facilitam a visualização evolutiva do paciente, com alertas automatizados para mudanças críticas, como perda de massa muscular, desidratação celular ou aumento de gordura visceral. Em breve, lançaremos uma funcionalidade de predição de desfechos clínicos com base no histórico corporal.

 

Dr. Fabiano M. Serfaty: A Tera Science tem ambições internacionais? Há planos de expansão fora do Brasil?

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Fernando Teixeira: Sim, estamos em processo de internacionalização. Já iniciamos parcerias com centros nos Estados Unidos, Portugal e Emirados Árabes. Nosso diferencial é oferecer uma solução de ponta, com precisão comparável aos métodos de imagem, mas com acessibilidade e escalabilidade para grandes populações. Queremos democratizar o acesso à medicina de precisão, conectando dados corporais com inteligência preditiva em escala global.

Dr. Fabiano M. Serfaty: Qual o futuro da composição corporal na sua visão? A bioimpedância será a “nova vital sign” da saúde metabólica?

Fernando Teixeira: Sem dúvida. A composição corporal será tão relevante quanto pressão arterial e frequência cardíaca. Em um mundo onde obesidade sarcopênica, resistência insulínica e inflamação crônica são epidemias silenciosas, medir o que importa e de forma personalizada será essencial. A Tera Science aposta que o futuro da saúde estará na intersecção entre dados corporais, inteligência artificial e medicina funcional.

Colaboração: Tainá Teixeira

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