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Por Fabiano M. Serfaty, clínico-geral e endocrinologista, MD, MSc e PhD.
Saúde, Prevenção, Tratamento, Qualidade de vida, Bem-estar, Tecnologia, Inovação médica e inteligência artificial com base em evidências científicas.
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Alta ingestão de açúcar pode aumentar o risco de depressão

Reduzir o consumo pode ser uma estratégia preventiva viável e acessível para mitigar riscos associados à condição emocionalmente debilitante

Por Fabiano Serfaty Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 22 fev 2024, 19h35 - Publicado em 22 fev 2024, 18h50

A depressão é uma condição emocionalmente debilitante que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Com suas ramificações sociais, econômicas e de saúde pública, compreender os fatores que contribuem para a depressão é crucial para desenvolver estratégias eficazes de prevenção e intervenção. Um estudo recente, utilizando dados do National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES) dos Estados Unidos, lançou luz sobre uma possível conexão entre o consumo de açúcar na dieta e a prevalência de depressão em adultos.

A pesquisa, liderada por Lu Zhang, Haiyang Sun e colaboradores, examinou os hábitos alimentares de mais de 18.000 adultos nos EUA ao longo de um período de oito anos. Utilizando o Questionário de Saúde do Paciente (PHQ-9), os pesquisadores avaliaram os sintomas depressivos dos participantes e analisaram a relação entre o consumo de açúcar na dieta e a presença de depressão.

Os resultados revelaram uma descoberta significativa: um aumento de 100g por dia no consumo de açúcar na dieta correlacionou-se com uma prevalência 28% maior de depressão entre os adultos analisados. Mesmo após ajustes para diversos fatores de confusão, como idade, sexo, etnia, estado civil e histórico médico, a associação entre o consumo de açúcar e a depressão permaneceu robusta.

Essa descoberta não é apenas relevante para a compreensão da depressão como um todo, mas também tem implicações práticas para a saúde pública e a medicina preventiva. Em um mundo onde o consumo de açúcar é onipresente e muitas vezes excessivo, entender seu impacto sobre a saúde mental torna-se ainda mais crucial.

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Mecanismos potenciais subjacentes a essa relação incluem o efeito do açúcar no sistema neuroendócrino, estresse oxidativo, inflamação e alterações na microbiota intestinal. Esses efeitos combinados podem desempenhar um papel significativo no desenvolvimento e na progressão da depressão em adultos.

Além disso, essa pesquisa destaca a importância de abordagens holísticas para o tratamento da depressão, que vão além da terapia tradicional e incluem intervenções dietéticas e estilo de vida. Reduzir o consumo de açúcar na dieta pode ser uma estratégia preventiva viável e acessível para mitigar os riscos associados à depressão.

No entanto, é importante ressaltar que mais pesquisas são necessárias para elucidar completamente a relação entre o consumo de açúcar na dieta e a depressão, bem como para explorar intervenções específicas que possam ajudar a reduzir o impacto dessa condição debilitante.

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Em última análise, esta pesquisa destaca a importância de uma abordagem multifacetada para a saúde mental, que reconhece a interconexão entre dieta, estilo de vida e bem-estar emocional. Ao fazê-lo, podemos avançar em direção a estratégias mais eficazes para prevenir e tratar a depressão, melhorando assim a qualidade de vida para milhões de pessoas em todo o mundo.

Fonte:

1. Zhang, L., Sun, H., Liu, Z. et al. Association between dietary sugar intake and depression in US adults: a cross-sectional study using data from the National Health and Nutrition Examination Survey 2011–2018. BMC Psychiatry 24, 110 (2024). https://doi.org/10.1186/s12888-024-05531-7

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