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Esquinas do Esporte Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Alexandre Carauta, jornalista e professor da PUC-Rio
Pelos caminhos entre esporte, bem-estar e cidadania
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Ciência de dados potencializa caminhadas e pedaladas urbanas

Aliadas da atividade física, informações de comunidades esportivas como o Strava guiam também a melhoria da estrutura viária de metrópoles mundo afora

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Atualizado em 2 ago 2022, 09h34 - Publicado em 2 ago 2022, 08h57

A ciência de dados abraça firme o esporte. Bússola ao progresso físico, técnico, tático de atletas profissionais e amadores, aponta caminhos, quase mágicos, para deixar a transpiração instigante, se possível memorável. Torna-se também uma cartografia para melhorar a vida de quem esfola o tênis ou o pneu da bike nas artérias urbanas.

O horizonte esculpido pela informática emerge do crescimento de aplicativos sob a moldura de comunidades esportivas. Popularizam-se em meio à valorização de caminhadas, corridas, pedaladas. Buscam facilitá-las com uma amazônia de análises, predições, orientações.

Impulsionadas por celulares, relógios e óculos inteligentes, tais informações aliam-se à saúde nas batalhas diárias contra o sofá. Guiam a logística dos treinos (segurança, condições climáticas, peculiaridades dos percursos etc.); as estratégias preventivas e prescritivas atrás do melhor rendimento; e o intercâmbio de experiências, oxigênio para as recompensas corporais e sociais da atividade esportiva.

“Na maioria das vezes, o atleta quer superar a própria marca, não a de terceiros. Como se brincasse de bater o recorde pessoal. Aliás, a gamificação se incorpora ao uso de dados para tornar a prática mais divertida e gratificante”, observa Rosana Fortes, diretora da operação brasileira do Strava, maior plataforma esportiva online.

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Reúne 110 milhões de integrantes, de 195 países. Cerca de 45% pedalam e 20% correm sistematicamente. “A turma da caminhada também tem crescido”, acrescenta a executiva.

Rosana intercala a rotina profissional com incursões de ciclismo e corrida na capital paulista. São escoltadas pelos dados, companhia cada vez mais comum de veteranos e iniciantes mundo afora:

“Eles se informam sobre esforço relativo, batimentos cardíacos, percursos etc., e constroem um repositório atualizado da vida atlética, para caminharem, correrem, pedalarem com mais segurança, eficiência, prazer”.

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Games, avanços audiovisuais e recursos imersivos incrementam o entrelace entre a tecnologia digital e o engajamento esportivo. Tende a se intensificar com a Internet das Coisas (IoT) e a velocidade de transmissão cem vezes maior do 5G.

“Novas tecnologias devem estimular as pessoas a passarem mais tempo não nos aplicativos, e sim se exercitando, muitas vezes ao ar livre”, ressalva Rosana. O professor da PUC-Rio Gustavo Rubichez, fundador do ECOA, considera a ciência de dados um estímulo decisivo:

“Colher dados sobre as atividades realizadas ajuda a planejar e superar metas. Aplica-se tanto a amadores, buscando melhorar a condição física, quanto a atletas de alto desempenho, que hoje em dia não podem abrir mão desse aliado”.

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Idealizador da pós sobre transformação digital da PUC-Rio, Rubichez completa:

“Os dados geram uma base de conhecimento que pode ser utilizada para outros fins, como o aprimoramento de ciclovias”.

As crescentes corridas, caminhadas, pedaladas produzem informações substantivas sobre os trajetos adotados. Por meio de programas como o Strava Metro, municiam o aperfeiçoamento viário de várias cidades.

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O subsídio informativo pavimentou, por exemplo, os 260 quilômetros de ciclovias instalados em Londres desde 2016 e os 21 quilômetros da ciclovia da Marginal Pinheiros, em São Paulo, sob concessão da Farah Service. O Rio entra no radar desse uso colateral dos dados esportivos:

“Estamos estudando uma parceria semelhante no trecho da ciclovia carioca relativo à Mesa do Imperador e à Vista Chinesa, para apoiar o corredor e o ciclista naquele espaço”, revela Rosana.

Iniciativas assim alinham-se à urgência ambiental de metrópoles mais amigáveis ao tênis e às bicicletas. Permanecerão na gaveta ou na retórica sem efetivas costuras entre administração pública, empresariado, terceiro setor para o amadurecimento de ambientes urbanos propícios à democratização esportiva e à vida saudável. A ciência de dados ajuda a desenvolvê-los.

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Alexandre Carauta é doutor em Comunicação, mestre em Gestão Empresarial, pós-graduado em Administração Esportiva, também formado em Educação Física.

 

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