Burnout Materno: 9 em cada 10 mães sofrem de esgotamento mental
Pesquisa alerta para a saúde mental feminina
Hoje vamos dialogar sobre um assunto que afeta principalmente as mulheres, mas reflete em toda a família: o burnout materno. Dados de uma pesquisa da B2Mamy em parceria com a Kiddle Pass chamam atenção: 9 em cada 10 mães sofrem de esgotamento, com estágios entre graves ou moderados. O estudo também aponta que 5 em cada 10 mães já foram diagnosticadas com algum problema de saúde mental. E não para por aí. Entre as mães solo, a taxa de esgotamento é 2,5 vezes maior.
Uma análise desenvolvida por pesquisadores da Ohio State University, de 2022 mostra que 68% das mães que trabalham enfrentam sintomas de burnout. Entre os pais, a porcentagem foi de 42%. Vale ressaltar que a palavra burnout, em inglês, significa esgotamento e há dois anos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou o termo como doença ocupacional. Por outro lado, os números revelam a realidade do cotidiano e o que presenciamos frequentemente nos consultórios: a carga emocional e de responsabilidade perante os filhos é muito maior para as mulheres, o que deveria ser equacionado entre os membros da família. Mas antes de refletirmos, primeiro vamos entender o que é o burnout materno, termo que está cada vez mais em evidência.
O burnout materno pode ser definido como uma síndrome de exaustão física, mental e emocional que afeta mães sobrecarregadas pelas demandas constantes de cuidar dos filhos e administrar as responsabilidades familiares. Diferente do burnout no trabalho, o materno ocorre no ambiente doméstico e geralmente atinge mulheres que sentem que não têm tempo ou espaço para descansar ou cuidar de si mesmas. A pressão constante, somada a expectativas sociais de que a maternidade deve ser uma experiência gratificante e plena o tempo todo, faz com que muitas mulheres sintam culpa por se sentirem exaustas, o que agrava ainda mais o problema.
A condição é caracterizada por sinais como esgotamento extremo, sentimento de impotência, irritabilidade, insônia, sensação de frustração e, em casos mais graves, desapego emocional dos próprios filhos. Além disso, algumas mães podem experimentar uma sensação de fracasso, de que não são “boas o suficiente”, o que gera um ciclo de autocrítica e sobrecarga mental que só intensifica o desgaste emocional.
Para lidar com o burnout materno, é importante que as mães busquem apoio e principalmente ajuda médica, em primeiro lugar. Conversar com amigos e familiares ou encontrar grupos específicos pode proporcionar uma rede de acolhimento e compreensão. A terapia é um recurso indicado por oferecer espaço seguro para explorar os sentimentos de culpa, frustração e esgotamento sem julgamentos. Práticas de autocuidado, como reservar tempo para si mesma, investir em hobbies e fazer atividades físicas, também são fundamentais para ajudar a recuperar o equilíbrio emocional. É extremamente importante destacar a ajuda de um profissional de saúde mental a fim de desenvolver técnicas específicas de redução de estresse e estratégias de enfrentamento.
Por outro lado, combater o burnout materno exige conscientização sobre o problema e o apoio das pessoas ao redor, assim como uma revisão das próprias expectativas sobre a maternidade. A sociedade desempenha um papel fundamental ao promover um discurso mais realista sobre a maternidade e valorizar o trabalho que ela envolve. Dialogar sobre o assunto ajuda a reduzir a pressão sobre as mães e permite que elas se sintam valorizadas e apoiadas no seu papel, o que contribui para o bem-estar, o desenvolvimento saudável dos filhos e de toda a família, afinal onde existe uma mãe feliz, por consequência, cria-se um ambiente mais harmônico e sadio para todos.