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Daniela Alvarenga

Por Daniela Alvarenga, médica, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
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Dez perguntas para Rafa Brites: ‘Meu bumbum e todos os bumbuns são lindos’

Apresentadora lança livro sobre a Síndrome da Impostora e inspira mulheres a se conscientizarem e a se amarem

Por Daniela Alvarenga Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 18 dez 2020, 10h27 - Publicado em 18 dez 2020, 10h15
Rafa Brites
 (Divulgação/Reprodução)
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Rafa Brites surgiu na TV bem novinha, e certamente sua beleza, simpatia e talento para o vídeo foram também importantes para que logo se destacasse em todos os seus trabalhos na telinha. Assim que eu a conheci, de primeira, vi que ela era uma mulher muito inteligente, sábia, bem-humorada e articulada, embora fosse ainda muito jovem. Aos poucos ela foi conseguindo através das redes sociais dividir com o público suas ideias, reflexões e sua visão de mundo. E conquistou não só apenas seguidores, mas também a sua autoconfiança. Este ano, em plena pandemia, a Rafa lançou o livro Síndrome da Impostora – Por que nunca nos achamos boas o suficiente? (Ed. Academia).

Muitos a chamam de apresentadora, mas a Rafa foi além. Formada em Administração de Empresas e pós-graduada em Neurociência e Comportamento, ela fez especialização nas áreas de Programação neurolinguística, Selfmanagement leadership e High Performance Coaching e hoje é também escritora, palestrante, se autointitulou  influenciadora de jornadas e se dedica ao projeto familiar Transformando Sonhos em Realidade (TSER), que tem perfil próprio no Instagram, onde ela aborda assuntos relacionados a desenvolvimento pessoal.

1. O que é a Síndrome da Impostora? Rafa Brites: É a sensação de insuficiência que a maioria das mulheres tem. Independentemente do esforço que fazemos achamos que a qualquer momento descobrirão que somos uma farsa principalmente em nosso trabalho. Esse termo nasceu em 1978 nos Estados Unidos utilizado pelas doutoras Pauline R. Clance e Suzanne A. Imes.

2. Com relação à beleza, quando você tomou consciência de que era também vítima desse julgamento? Rafa Brites: Quando entendi a diferença de comparação e inspiração. Na comparação, nós focamos nos recursos que não temos. Vivemos na escassez. Já na inspiração, conseguimos admirar a outra e adaptar dicas e insights a nossa vida.

3. Do que você se arrepende de já ter feito em nome da beleza? Rafa Brites: Não há nada externo de que eu me arrependa. Mas internamente me arrependo das palavras que já pensei olhando para meu corpo, minha pele, meu cabelo. Muitas vezes procurei procedimentos por não amar o que eu estava vendo. Para mim, está tudo certo em fazermos tudo o que queremos dentro da estética,  utilizando o que há de melhor para nos sentirmos bem, mas a motivação deve ser sempre amorosa. Devemos pensar: ‘Nossa, eu estou lindona, se eu fizer esse tratamento que está ao meu alcance, me sentirei melhor ainda’.

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4. O que é beleza para você hoje? Rafa Brites: Beleza pra mim é alguém apaixonado pelo que faz. Pense em uma chef de cozinha, uma atleta, uma médica concentrada com os olhos brilhando ao exercitar sua vocação. Isso pra mim é beleza, esse entusiasmo é extremamente sedutor.

5. Você é uma mulher linda e que, digamos, corresponde ao que seria considerado padrão de beleza – algo inventado pelo mercado. Ainda assim houve momentos em que você se via insegura? Rafa Brites: As mídias e a publicidade estão mudando, mas até pouco tempo o papel dela foi sempre o inalcançável. Na minha adolescência o padrão era das modelos da Victoria’s Secrets. Mulheres magras com poucas curvas. Eu, por muito tempo, achava minhas coxas grossas, meu bumbum grande e, sim, me sentia fora do padrão! Hoje percebo quando estou caindo nessas ciladas e, mais que isso, tento ajudar mulheres a não caírem também, não tentando ser eu mesma uma referência para nenhuma mulher, mas sim encorajá-las a serem únicas e valorizarem quem são.

6. Na quarentena você dividiu com o público que ganhou alguns quilinhos e que estava num exercício de aceitação desta beleza. Mesmo continuando linda, foi difícil para entender, abraçar e enaltecer seu novo corpo? Rafa Brites: Todos os dias eu me desafio a amar meu corpo e abraçar os quilos a mais, ou as gominhos no abdôme. Tudo é bem-vindo. São fases que respeitam meu estado de espírito e refletem no meu corpo.

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7. Qual o papel da representatividade? Rafa Brites: Essa desconstituição de que estamos falando é muito difícil, por isso a necessidade de termos representatividade em todos os campos. Mulheres gordas, mulheres pretas, trans, mulheres com deficiência sendo protagonistas, representando todas que somos. Enquanto só tivermos um padrão de mulher sendo enaltecido, todas sofreremos com quem somos.

8. Você fez um post que viralizou sobre o se bumbum. O que você diria ao seu bumbum depois desta repercussão? Este post ajudou outras mulheres a falar e se aceitar? Rafa Brites: Meu bumbum e todos os bumbuns são lindos! A repercussão acontece sempre quando muitas pessoas se identificam com os textos ou vídeos que eu posto. Recebi relatos de mulheres que não gostavam dos seios, do quadril… É lindo ver como estamos todas em reconstrução. Quando posto meus conteúdos a ideia é sempre a reflexão. Tenho usado a palavra auto-sabedoria, recebemos muita informação todos os dias, algumas coisas se transformam em conhecimento, mas quando conseguimos aplicá-las nos nosso dia-a-dia eu chamo de sabedoria. Saber ter esse novo olhar sobre si é um caminho maravilhoso.

9. Falar sobre aceitação tem sido importante para muitas mulheres. Por outro lado vemos celebridades, como na coluna que escrevi sobre a Jennifer Lopez, dizendo que não fazem quase nada para estarem lindas, omitindo e talvez iludindo as mulheres que a vêem como referência. Como esse tipo de discurso das celebridades (de esconderem tudo o que fazem para estarem bonitas) pode bater em mulheres normais da mesma idade que não estão com a mesma pele e corpo?  Rafa Brites: Acho que ninguém é obrigada a ter a vida exposta. Até as celebridades têm o direito de privacidade. Mas não concordo com mentiras, são sim prejudiciais pois as pessoas acabam se frustrando por se compararem com o incomparável. Nesses casos, acho que a conduta ideal seria dizer que não comenta sobre esse assunto. Simples assim. Não acho que a vida de celebridades ou qualquer pessoa pública precisa ser um confessionário, quem não se sente à vontade apenas não deve comentar o assunto. Mentir, como comentei acho uma saída bem covarde. Mas o importante é que nós, como seguidoras, temos que ter e desenvolver nosso critério para termos discernimento do que vale para nosso corpo, nossa pele, nossa beleza. Que a gente saiba filtrar quem seguimos! Fazer a faxina nas redes é algo necessário e saudável!

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    10. Como você cuida da sua beleza ? Não vale falar que não comenta sobre isso, hein?! (risos) Rafa Brites: Depois dos 30 passei a me dedicar um pouco mais ao home care. Uma das coisas que aprendi com você, Dani. A importância da disciplina para uma pele bonita e saudável. Nunca mais dormi de maquiagem. Alterno entre clareador e sérum hidratante. Filtro solar faça chuva ou faça sol. Mas eu adoro uma boa limpeza, peelling de cabine, laser, um botoxinho de leve na testa cai bem. Não gosto de fazer nas rugas dos olhos, nem no centro e nem nos cantos porque acho que me deixa sem expressão. Faço tudo isso mais como prevenção. Aplico também cílios fio a fio. No corpo tenho curtido a carboxiterapia que antes doía muito e agora está bem mais suave. Minha sogra é a melhor esteticista do Brasil, a Edy Guimarães. Confio muito nela e em você como dermatologista, óbvio! Enfim, sou vaidosa! Amo me cuidar e me amar!

     

     

     

     

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