O novo rolê carioca: com boa dose de endorfina e sem ressaca
Entre o treino e o drink, o pôr do sol e a pista de dança, os cariocas redefinem o conceito de balada
Balada deixou de ser sinônimo de exagero na bebida, noite mal dormida, culpa e ressaca no dia seguinte. O conceito está sendo redefinido por uma turma que é adepta da vida saudável, mas descobriu que não precisa abrir mão de curtir uma festa com os amigos, se esbaldar nas pistas de dança e degustar bons drinks. No wellness, modo de viver focado na busca por bem-estar físico, mental, emocional, social e espiritual, vale, inclusive, ser baladeiro.
Festeiro e, ao mesmo tempo, preocupado com a boa forma, o carioca descobriu que o segredo está no equilíbrio. Quem anda pelo calçadão de Ipanema num sábado de manhã pode achar que o bairro virou uma academia a céu aberto: cheio de gente sarada, se exercitando. Mas basta esperar a noite cair para perceber que a alma da cidade continua a mesma: festeira e sociável. A diferença é que cada vez mais cresce a tribo dos que buscam o meio-termo entre o shot de gengibre e a taça de espumante, entre o corpo saudável e o prazer de dançar. Tudo isso sem precisar varar a noite e sem perder a disposição para o treino no dia seguinte.
O roteiro carioca de lugares onde o treino termina em festa é cada vez mais amplo. Os eventos se multiplicam e atraem um público cada vez maior, em busca de diversão e conexão com pessoas com interesses parecidos e o mesmo estilo de vida. Como a I Love Corrida Prio, que teve sua primeira edição em setembro, no Jockey Club, misturando esporte, música e gastronomia. As academias são quase clubes. A Bodytech organiza aulas ao ar livre seguidas de brunches, que terminam em música e dança. Eventos como o Day Off e o Wellness Experience misturam treino e gastronomia leve, na hora mágica do pôr do sol. Tem também o Bosfit, evento matinal que une aulas de ioga, treinos, música boa, brunch degustação e drinks, no Bosque Bar.
Esses points reúnem festeiros de idades variadas. Pais e filhos malham e se divertem juntos. Eu mesma já encontrei meus filhos em algumas dessas baladas. Enquanto isso, casas noturnas tradicionais adotam drinks sem álcool e pausas com respiração guiada, entre um set e outro. No Rio, a festa não acabou — ela apenas aprendeu a respirar melhor.
O movimento wellness, que leva muita gente a retiros espirituais em meio à natureza, virou parte também da vida urbana. Ser saudável se tornou um novo tipo de luxo, mas sem purismos: vale brindar, vale dançar, vale dormir mais tarde do que de costume — desde que o corpo e a mente não fiquem em dívida. O novo “estar bem” é sobre prazer com propósito, performance com leveza, e um pouco menos de culpa no caminho.
Entre o treino e o espumante, o carioca descobriu que felicidade tem muitos ritmos. Pode começar com uma corrida no Aterro, passar por uma meditação no Jardim Botânico e terminar numa pista de dança em Botafogo. O que importa é que o corpo se mova, o riso apareça e a cabeça fique leve. O bem-estar é o novo dress code da balada.
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