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Bruno Chateaubriand

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Guilherme Schleder: “Com a crise financeira, temos que agir com calma”

Secretário municipal de esportes do Rio de Janeiro fala sobre metas e desafios em meio à pandemia

Por Bruno Chateaubriand Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 16 mar 2021, 11h15 - Publicado em 15 mar 2021, 22h50
Secretario de esportes e lazer do Rio de Janeiro, Guilherme Schleder
 (Divulgação/Divulgação)
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1) O senhor está há menos de três meses à frente da Secretaria Municipal de Esportes. O que já foi possível fazer?

Estamos trabalhando para manter os nossos equipamentos e preservar os professores e as atividades das vilas – que prestam um serviço muito importante em prol da saúde, sociabilidade e bem estar da população. Importante lembrar que estamos passando por um ano de ajuste orçamentário, em que tivemos que rever contratos e cortar despesas. O prefeito Eduardo Paes e o secretário Pedro Paulo têm se empenhado ao máximo para tentar aumentar essa verba orçamentária. De fato, o rombo é grande, mas temos 27 equipamentos municipais para colocar para funcionar. Sendo que o Parque Radical de Deodoro e a Arena 3 também passaram para a nossa administração. Por isso que os ajustes foram necessários, e estão sendo feitos de forma responsável e transparente.

2) E como está a situação agora?

Estamos investindo bastante nas parcerias. Agora mesmo, por exemplo, implantamos uma escolinha de canoagem no Parque Radical de Deodoro e uma outra de ginástica, na Arena 3. Foram projetos desenvolvidos com a Federação de Ginástica do Estado do Rio e com a Confederação Brasileira de Canoagem. Eles usam nossos espaços e a contrapartida é dar vaga para nossas crianças e capacitar nossos professores. Também realocamos os profissionais para as vilas que estavam paradas, pois sete delas não estavam funcionando e já retomaram as atividades. Há muitas parcerias com as federações esportivas em andamento. Estamos trabalhando com foco na gestão eficiente dos nossos equipamentos e na prestação de um serviço de qualidade para a população.

3) O senhor estabeleceu algum prazo para que tudo possa estar funcionando adequadamente?

Em função da crise financeira da prefeitura, temos que agir com calma. Sabemos da dificuldade. A experiência que adquiri como secretário da Casa Civil também me ajuda a administrar e analisar melhor os contratos. Nosso primeiro desafio era colocar todas as vilas para funcionar. Nossa meta é melhorar sempre, mas elas já estão operando. E conseguimos fazer isso em menos de quarenta dias. Os passos estão sendo dados aos poucos. A Vila Olímpica Oscar Schmidt foi totalmente revitalizada e ganhou uma pista de atletismo nova. Isso é uma retomada. O outro desafio é contribuir com todos os esportes que acontecem na cidade. Seja na orla, no entorno do Maracanã, Engenhão , parques, enfim. Estamos dando uma boa organizada nisso para que os atletas possam treinar em segurança.

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4) Seriam essas as prioridades iniciais então?

A prioridade total é o bom funcionamento das Vilas. Até porque a principal vocação da Secretaria é o esporte amador. Óbvio que também sempre vamos olhar da melhor forma o esporte de alto rendimento, mas a vocação da secretaria e a maior demanda é o esporte amador, o esporte infantil. Por isso, a prioridade absoluta são as vilas funcionando cada vez mais, com mais pessoas e com mais horários. Já tivemos vila que atendiam a cinco mil pessoas por mês. Só que hoje, com o impacto da COVID-19 e a redução de pessoal, isso caiu para menos da metade. A média de atendimento, que era de três mil pessoas por mês, caiu para 1,5 mil. Mas nossa meta, até o fim do ano, é atender o maior número possível de pessoas.

5) Diante dessa dificuldade financeira não seria possível também fazer uma parceria privada para ajudar nessa empreitada?

Creio que sim. Fora o Parque Radical de Deodoro e os parques Olímpico e dos Atletas, os 27 espaços são vilas olímpicas. O Parque Olímpico e o dos Atletas são dois espaços que despertam o interesse do mercado privado, seja através de concessão ou de PPP. Mas enquanto isso não acontece, enquanto a gente estiver tocando, temos que fazer da melhor maneira possível. Usando o apoio da Comlurb, da Guarda Municipal. A manutenção é com a prefeitura mesmo. Algumas vilas precisam realmente de reforma. Já estamos fazendo alguns orçamentos junto a Riourbe. E com calma, entendendo o momento da prefeitura, vamos melhorando nossos espaços.

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6) O senhor falou em COVID. Sabemos que a maioria das vilas estão situadas em áreas carentes da cidade do Rio. Como oferecer serviços de qualidade com a pandemia?

Realmente é um desafio. Mas desde quando assumi, estou trocando informações e seguindo a linha de condução da Secretaria de Saúde. O secretário Daniel Soranz sempre falou que é importante manter as vilas abertas. As pessoas saem um pouco de casa, ficam ao ar livre e praticam esporte, o que é bom. Agora, estamos seguindo os protocolos, com muita responsabilidade. Medimos temperatura e oferecemos álcool em gel. Também estabelecemos horários específicos e com turmas menores para evitar aglomeração. As atividades também passaram a ser nas áreas externas. Estamos cumprindo as normas.

7) Por atuar em áreas carentes do Rio a Secretaria possui algum projeto social?

O trabalho nas vilas é totalmente voltado para a população de baixa renda. O atendimento é dedicado a essas pessoas. Apesar de nosso viés ser o esporte, buscamos parcerias com outros órgãos da prefeitura. Visitamos algumas vilas com a Joyce Trindade (secretária especial de Políticas e Promoção da Mulher) para tentar implantar cursos de capacitação para mulheres, dando também algum tipo de assistência. E inauguramos esse primeiro espaço no dia 13, na Vila Olímpica Clara Nunes, em Acari.

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8) Tem algo em mente para ser implantado ainda este ano?

Projeto e ideia não faltam, mas esbarramos na dura realidade, que é a falta de recursos, por mais esforço que o prefeito esteja fazendo. Nós queremos retomar o Rio em Forma, que era um projeto social que saía de dentro das vilas para atender a população. Em 2016, quando deixamos o governo, chegamos a ter 1,5 mil professores de educação física atendendo em várias áreas da cidade. Vamos voltar com esse projeto, mas não este ano.

9) Qual a solução para o Rio voltar a tomar o rumo do crescimento?

Falando pelo esporte, queremos aproveitar nossa experiência como realizadores de grandes eventos, como Copa e Olimpíadas, e trazer para o Rio outros eventos internacionais. E esse movimento já começou. Empresas, patrocinadores, produtores, federações e esportistas já estão voltando a conversar com a gente. Já ouvimos o pessoal do ciclismo, do tênis, do surfe. O tema evento é algo que o prefeito está muito empenhado. Ele criou um grupo de trabalho, do qual a Secretaria faz parte, focado nisso. A ideia é criar atrativos para que eles voltem para cá. Estamos estudando caso a caso por conta da pandemia. Queremos mostrar que o Rio mudou e que hoje esses grandes eventos são muito bem-vindos.

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10) Qual a sua meta até o fim do governo?

Quero deixar um legado para as nossas crianças. Considero de suma importância que a prefeitura Rio volte a ter grandes eventos. É algo que vai acontecer automaticamente. A cidade vai crescer muito com isso. Mas a grande marca que gostaria de deixar nesses quatro anos é fazer com que todas as vilas olímpicas da cidade estejam funcionando em sua plenitude. Quero que elas atendam a grande população carioca em todas as áreas da cidade.

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