Reabertura da churrascaria Plataforma vira caso de justiça
Em decisão da 3ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, foi determinado que o restaurante inaugurado em Ipanema cesse imediatamente o uso do nome “Plataforma”
A histórica churrascaria Plataforma, que funcionou no Leblon entre 1980 e 2015 e foi demolida em 2018, está no centro de uma nova disputa judicial. Ícone da gastronomia carioca, a churrascaria marcou época não só pela qualidade do serviço, mas também por ser frequentada por grandes personalidades, como Tom Jobim, amigo próximo do fundador Alberico Campana. No local onde o restaurante original funcionava, hoje está o residencial Plataforma Leblon, com nove andares e 61 apartamentos.
No entanto, a marca Plataforma voltou ao noticiário após a recente inauguração de um restaurante homônimo em Ipanema, promovido pelo empresário Omar “Catito” Peres no dia 15 de novembro. Apesar da festa de abertura e da presença de diversas personalidades, a nova “Plataforma” enfrenta sérias acusações de uso indevido da marca.
A marca Plataforma pertence exclusivamente à sociedade Lurescan Bar e Restaurante Ltda., que detém os registros no INPI desde 2007. Em decisão da 3ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, foi determinado que o restaurante inaugurado em Ipanema cesse imediatamente o uso do nome “Plataforma”, sob pena de multa diária de R$ 15 mil. Até o momento, o valor acumulado das multas já ultrapassa R$ 400 mil.
“A Justiça destacou que a reabertura do restaurante sob o nome Plataforma é ilegal e leva o consumidor a acreditar que se trata de uma continuidade ou filial do estabelecimento original, o que não é verdade. O uso da marca sem autorização configura violação dos direitos dos legítimos proprietários e tentativa de lucrar com o prestígio construído ao longo de décadas pela churrascaria do Leblon”, divulgou em comunicado a assessoria jurídica do grupo Lurescan.
A polêmica foi intensificada após o prefeito Eduardo Paes, que esteve presente no novo endereço, publicar em seu Instagram que estava na “Plataforma”, julgando ser o mesmo restaurante icônico do passado. Tal confusão é justamente o que os proprietários da marca original buscam evitar.
Procurada a assessoria da Plataforma não se manifestou até o fechamento dessa nota.