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Beco do Becoza

Por Juarez Becoza, repórter de gastronomia popular e caçador de botequins Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
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Balbino’s: Costela no bafo e na categoria

Herdeiro do Pança, cozinheiro que elevou a costela no vapor ao nível de iguaria, oferece essa e outras carnes com fartura, qualidade e bom gosto em Curicica

Por Juarez Becoza
Atualizado em 16 fev 2022, 15h57 - Publicado em 16 fev 2022, 13h52
Costelas no bafo fartas e muito bem feitas são a marca registrada no endereço onde agora brilha o novo Balbino's, em Curicica
Costelas no bafo fartas e muito bem feitas são a marca registrada no endereço onde agora brilha o novo Balbino's, em Curicica (Juarez Becoza/Arquivo pessoal)
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O endereço, no papel, soa como um suadouro no asfalto árido da Estrada dos Bandeirantes. Mas só quem sua no salão arejadíssimo e bem decorado do Balbino’s, na Praça do Bandolim, em Curicica, são as costelas, os cupins e os joelhos a se derreter por horas no calor de duas grandes churrasqueiras, à vista do público que acompanha com olhos ávidos e bocas aguadas. Balbino, no caso, é o sobrenome do novo dono desse botecaço bem produzido e equipado, que nasceu há seis anos com a chancela de ninguém menos que o Pança, o icônico cozinheiro do Cachambeer, pioneiro no Rio na elaboração das costelas assadas no bafo envoltas em um filme de poliéster resistente ao calor que permite à carne assar sem perder os seus sumos, sabores, cheiros e, principalmente, a maciez.

A caricatura do Balbino, pupilo do Pança e novo dono da casa
(Juarez Becoza/Arquivo pessoal)

Em 2016, depois de muitos anos no Cachambeer, o famoso cozinheiro abriu ali naquele endereço o seu Pança’s. Desde o ano passado, porém, a casa trocou de mãos e de nome. E agora, sob o comando do Balbino, ganhou nova roupagem e um pouco mais de conforto. Mas o espírito de boteco continua o mesmo: carnes fartas. No bafo mas também na brasa, no forno, na frigideira. Além da imperdível costela, que vem com tudo o que tem direito ou em versão aperitivo, vale muito conhecer também o cupim. O cupim, caro leitor, há coisa de dois anos ganhou alta do psicólogo, encarou de frente a síndrome de rejeição, e vem ganhando cada vez mais elogios dos amantes de carne que reaprenderam a apreciar essa peça exclusiva  dos bois sul-americanos, deliciosamente entranhada de gordura. E que funciona perfeitamente bem se assada no bafo.

O Balbino também anda caprichando na arte de nos molhar os bicos. Além do chope e das cervejas de diversas marcas sempre muito geladas, a casa aposta em drinques saborosos, mas sem maiores sofisticações, fáceis de beber. Destaque para o shot de cachaça com mel, canela e limão grelhado, que já anda virando aperitivo símbolo da casa, ao lado dos croquetes de costela e do torresmo de brriga. Às quintas e sextas tem happy hour, com caneca de chope a R$ 6. Tudo isso na beirada da caótica Estrada dos Bandeirantes, mas sem calor nem confusão, e com o sopro de poderosos ventiladores com umidificador. Só no almoços de fim de semana que, lotada como anda a casa, é bem provável de se encontrar fila na porta. Mas é só pedir um chope em pé e encarar a espera. Vai valer a pena.

 

 

 

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