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Anna Elisa de Castro

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Sobre plantar e colher

Um dia inspirador que vai render muitos frutos

Por Anna Elisa de Castro
Atualizado em 20 fev 2020, 12h04 - Publicado em 20 fev 2020, 11h42
Plantar e colher: hábito diário (Megan Thomas/Unsplash/Divulgação)
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A gente tem mesmo muita coisa para plantar nessa vida: boa educação, bons relacionamentos e  boas amizades. E se realmente plantássemos para colher? 

Peguei todas essas listas de ano novo, caderninhos (adoro um caderninho de novas ideias), anotações, bullet journal (dá um google pra conhecer, ele pode te ajudar bastante) e resolvi realizar um dos meus maiores desejos: plantar.

Adiei o sonho de ter uma casa com jardim para plantar uma oliveira, ‘meu limoeiro e meu pé de jacarandá’ e decidi usar a minha própria varanda, afinal, antes feito do que perfeito.

Abri aquela gaveta cheia de saquinhos de sementes orgânicas que eu acumulava ao longo do tempo e não fazia germinar (destralhar – check!). Fui à loja de jardim e pedi dois sacos de terra e de composto orgânicos, comprei alguns recipientes, pedrinhas redondas e coloquei em uso minhas ferramentas fofíssimas de jardinagem, que até então só enfeitavam um pedaço da cozinha. Fiz uma busca pelas estantes da casa, preparei um chazinho e abri meus milhões de livros de como plantar em casa, de como fazer um jardim comestível, de ervas aromáticas e de tudo que vocês possam imaginar.

Juntei a isso as aulas incríveis da minha musa inspiradora Fátima Ancelmo dos orgânicos, da querida Sabrina Jeha, que tem o oásis paulistano Sabor de Fazenda e da minha amada amiga Luisa Almeida, da Quinta do Arneiro (quem visitar Portugal, vale a pena conhecer) e resolvi colocar a mão na terra.

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Para melhorar tive a companhia maravilhosa do meu filho Vicente e da minha sobrinha Bruna, que até largaram seus joguinhos eletrônicos para se revezarem entre pegar minhocas, mexer na  terra, separar as sementes e molhar o vaso.

Tive mais um item da listinha ticado: dar um destino ao adubo gerado pelas minhocas californianas, habitantes da minha composteira caseira que recebe todo o resíduo do meu suco verde diário.

Foi uma manhã daquelas: deliciosa e inesquecível. Só não sabíamos mesmo se daria certo ou não… Rs

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Hoje me pergunto porque demorei tanto pra começar, afinal sou chef de cozinha, adoro temperos e, além de tudo, sou uma pessoa totalmente ligada à regeneração do mundo em que vivemos.

Pausa para comentar sobre o conceito de regeneração: quem ainda fala por aí em sustentabilidade ou que é sustentável, deve ir além. Sustentar segundo nosso dicionário tem várias definições: suportar, amparar, auxiliar, resistir e manter-se, entre outras, mas hoje em dia nenhuma delas se encaixa à realidade que chegamos. Regenerar is the new black! Dar nova existência, restaurar, corrigir, revivificar, melhorar, reconstituir… é disso que nosso mundo precisa!

No meu currículo hoje em dia, depois de mãe do Vi, me intitulo cuidadora do Planeta, nome lindo que “roubei” da Grace Marzano, a nossa professora de Dermatologia Natural. Imagina se todos nós roubássemos esse título uns dos outros e carregássemos com a gente essa função social… Não seria espetacular se antes da nossa real atividade ou função, tivéssemos a consciência do todo?

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As dúvidas e as incertezas do começo de Janeiro, hoje são certezas de novos brotos nascendo na minha varanda. Uns nasceram logo, outros nascem devagar, outros crescem de repente e outros ainda não nasceram e certamente estão esperando a hora certa.

Ter uma horta em casa é se apaixonar todo dia pela natureza e pela vida e eu quero mesmo é que me mandem plantar batatas!

Anna Elisa, Fofa para muitos, 44 anos, leonina com ascendente em aquário, gosta de pessoas, fundadora da N.O.S Escola @nos.escola. Chef de cozinha e autora do livro Sem Tempero não dá. Busca saúde e compartilha pequenos atos individuais, coletivos e maternos.

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