Um raio-X do novo corredor pela Ticket Sports: Rio é vitrine desse perfil
Segundo o CEO Daniel Krutman, dados mostram um mercado que rejuvenesce, acolhe mulheres e transforma prova em experiência, com muito espaço para crescer
Dessa vez, calcei o tênis para correr atrás de mais informação sobre corrida de rua. Conectei no TS Summit 2025 e, no meio de uma palestra, me peguei fazendo duas inscrições para provas, ambas pela Ticket Sports, organizadora do encontro e hoje a maior plataforma de vendas esportivas da América Latina
Não foi impulso: foi a constatação de dados que Daniel Krutman, CEO da plataforma, trouxe para a plateia: a corrida virou comportamento social. “Corrida acaba não sendo só corrida. Não é só performance, é humor, música, convivência. Por isso, as pessoas se sentem mais convidadas a chegar”, afirma ele, que conecta a virada a uma mudança de hábitos que descrevem bem o estilo de vida carioca.
“O Rio é uma locomotiva desse nosso mercado, sem a menor surpresa do mundo. Se alguém pensa em empreender no esporte, tem que pensar no Rio de Janeiro”.
Daniel Krutman, CEO Ticket Sports
Daniel apresentou números que confirmam o enorme potencial de crescimento da corrida de rua que já vemos na prática. O que mais me impressionou é que quase metade do público que se inscreveu em provas esse ano nunca havia participado de eventos esportivos antes, ou seja, há muita gente nova chegando. E além de corredores, há novos organizadores: 276 novatos na plataforma até setembro.
Ticket médio: +8% (de R$ 130 para R$ 140)
Volume de inscritos: +19% vs. 2024
Inscrições no ano: > 7,5 milhões
Receita com inscrições: ≈ R$ 1 bilhão (+15% vs. 2024)
Eventos no calendário: > 11 mil (+30% vs. 2024)
Receita média por prova (inscrições): ≈ R$ 100 mil
Fora do palco, conversei com o CEO para além dos números. Pedi um retrato do pelotão que está chegando e eis o raio-X: a geração Z chega enxergando o esporte como estilo de vida, não como obrigação. E as mulheres avançam no protagonismo, pressionando por eventos mais acolhedores, do guarda-volumes ao pós-prova. “O número de mulheres vai bater o número de homens pelo segundo ano”, conta.
Se a corrida é comportamento, o Rio é a vitrine. Orla, Lagoa, Floresta da Tijuca e Aterro criam uma espécie de “clube a céu aberto” onde treino, encontro, lazer e democracia se misturam. “O corredor está rejuvenescendo e essa geração trocou a balada pelo dia, a bebida alcoólica pela alimentação saudável. O cool hoje é o esporte ao ar livre com amigos. Vejo isso como uma mudança de paradigma social”.
Na tradução prática, o corredor de hoje – especialmente a geração Z e as mulheres – quer mais experiência. O Rio já entendeu o recado; São Paulo escala no volume. E o país inteiro acelera.
“Em São Paulo, a corrida é a janela, o respiro; no Rio, é lifestyle. A cidade já é mais saudável por natureza”.
Agora, a Ticket Sports irá usar cada vez mais IA para sugerir próximos desafios e ajudar organizadores a desenhar experiências, deixando de ser apenas “bilheteria” para ser curadora de toda a jornada.
Tudo pensado em prol do humano, claro. “Queremos ver a democratização da corrida. Acabou a ideia de ‘dono’ do espaço, esse ‘lugar é meu e ninguém chega perto’. A corrida é para todo mundo. Todo mundo vai correr, e que bom”, conclui.
Gávea, entre o verde e o concreto: microapartamentos chegando
VEJA RIO COMER & BEBER 2025: confira a lista de premiados
Afinidade entre Solano e Fagundes: zero tolerância com falta de educação
O Maracanã poderá ser vendido? Entenda
Como foi a perseguição policial que terminou com morte na Serra das Araras