Uma universidade diferente
Projeto leva produtores culturais e artistas das comunidades cariocas para a academia
Unir o conhecimento e a cultura das comunidades à produção acadêmica é a proposta da Universidade das Quebradas. O projeto, desenvolvido pelo Programa Avançado de Cultura Contemporânea (PACC/UFRJ), possibilita o diálogo entre produtores da periferia e pesquisadores, em cursos de formação com duração de um ano.
Os artistas se inscrevem em um edital de seleção, no qual precisam enviar um portfólio e, depois, passar por entrevista. As turmas costumam ter 40 alunos. “Os saberes populares muitas vezes são silenciados. Queremos que, aqui, eles se tornem sujeitos. Por isso, tentamos selecionar os melhores, para ter uma boa troca entre intelectuais com saberes modificadores”, explicou a ensaísta e pesquisadora Heloísa Buarque de Hollanda, coordenadora-geral do projeto, iniciado há cinco anos.
Desde o ano passado, as aulas da Universidade das Quebradas ficaram divididas entre o Museu de Arte do Rio e a Faculdade de Letras da UFRJ. Este ano, o MAR será a única sede, com aulas sempre às terças-feiras, com três horas de duração. O curso de extensão oferece aos alunos uma série de palestras, visitas a exposições e contato direto com curadores e artistas.
Heloísa conta que a presença das Quebradas no MAR é enriquecedora sob diversos aspectos: “Os alunos se formam, mas depois voltam para a sala de aula, visitam as turmas novas, dão opinião e continuam interagindo. Conseguimos bolsas para que alguns deles retornem como professores, afinal, uma vez quebradeiro, sempre quebradeiro”.