Rio vive tensão pré-olímpica
A cerca de um mês do início da Rio 2016, o Velódromo fica pronto para o evento-teste, em meio a episódios de violência, além de protesto de policiais e bombeiros no Galeão
No domingo, 26 de junho, o prefeito Eduardo Paes entregou o prédio do Velódromo ao Comitê da Rio 2016. Ainda recebendo os últimos retoques, a instalação que faltava no Parque Olímpico era preparada para abrigar um evento-teste a partir de sábado (2). O alívio provocado pela notícia durou pouco: na segunda-feira, policiais civis e militares, além de bombeiros, foram ao Aeroporto do Galeão protestar contra as más condições de trabalho e o atraso no pagamento de seus salários. A justa indignação de três das diversas categorias profissionais a padecer com a falência financeira do Estado do Rio traduziu-se nos dizeres da faixa que você enxerga na foto acima. “Bem-vindos ao inferno. Polícia e bombeiros não estão sendo pagos, quem vier ao Rio de Janeiro não estará seguro”, avisaram os manifestantes. Forte, o recado aos turistas repercutiu na imprensa internacional — pegou mal em notícias na rede de TV Fox News e no jornal USA Today. Por aqui, provocou a reação indignada de representantes dos setores turístico e de bares e restaurantes. A manifestação teve mesmo jeito de tiro no pé, já que o momento, a um mês da abertura da Olimpíada, é de torcer para as coisas darem certo. Por outro lado, o otimismo exigido por muitos sofre a implacável concorrência do descalabro fluminense na saúde, na educação e na segurança. O efetivo montado para a Rio 2016 deve chegar a 85 000 homens, da Polícia Civil às Forças Armadas, e a verba da União para o setor, de 2,9 bilhões de reais, foi oficialmente liberada na quinta (30). Nesta mesma conturbada semana, o assassinato do tenente Denilson Theodoro de Souza e do soldado José Josenilson Alves dos Santos arredondou para cinquenta o número de PMs mortos neste ano. Vale faixa ou não vale?