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A nova voz das manhãs

Ao assumir um programa de rádio, o jornalista Octavio Guedes leva suas tiradas impagáveis para o dial

Por Letícia Pimenta
Atualizado em 5 dez 2016, 14h35 - Publicado em 24 abr 2013, 19h31

A voz levemente nasalada poderia ser uma barreira para o rádio. Mas o humor afiado e o dom de fazer comentários certeiros prevaleceram na escolha do jornalista Octavio Guedes como o novo âncora do programa matinal CBN Rio, posto que já foi ocupado pela cientista política Lúcia Hippólito, afastada no ano passado devido a problemas de saúde. Aos 46 anos, ele agora acumula a função com a de diretor de redação do jornal Extra. Com a dupla jornada, Guedes passou a madrugar. Acorda às 5h30, lê os jornais e vai fazer ginástica na orla do Arpoador, onde vive desde que se separou, em setembro. Na volta, conversa por telefone sobre a pauta do dia com sua companheira de bancada, a jornalista Lilian Ribeiro, e com a produtora Simone Magno. Logo na estreia diante do microfone, no último dia 9, fez uma comovente entrevista com o dançarino Carlinhos de Jesus, que abriu seu coração sobre o assassinato do filho. Os suspeitos do crime haviam sido presos naquela manhã. “O grande barato do rádio é não ser previsível. Foi um início marcante”, afirma.

Guedes é de fato um apresentador incomum, e não apenas pelo timbre fora do padrão. Discute temas sérios em tom de bate-papo permeado por tiradas provocadoras. Em seu quarto programa, após comentar a queda de um passageiro de um trem da SuperVia, o âncora anunciou uma entrevista com um representante da concessionária. Depois de alguns segundos de silêncio, veio a alfinetada: “Atenção, ouvintes, isso não é um proble­ma técnico. É essa a satisfação que a empresa tem a nos dar. Ou seja, nenhuma”. Em outra ocasião, ao anunciar a hora errada, emendou após o intervalo comercial. “Estou gostando tanto de fazer esse programa que voltei uma hora no relógio”, disse ele, cujo estilo suave contrasta com o jeito mais agressivo do jornalista Ricardo Boechat, apresentador da rádio Bandnews, a líder de audiência no horário, com uma média de 5?000 ouvintes a mais por minuto em relação à CBN.

Nascido no Rio e criado em Niterói, Guedes iniciou a carreira há 27 anos, antes mesmo de começar a graduação na UFF. Como foi aprovado para o segundo semestre e não queria ficar à toa, bateu na porta do jornal O Globo. Sem experiência alguma, foi incentivado por Ali Kamel, hoje o número 1 do jornalismo da TV Globo e à época responsável pelo Jornal de Bairros, a começar em um pequeno periódico niteroiense, e seguiu o conselho. Depois de formado, foi repórter dos principais jornais cariocas, esmerando-se na cobertura de temas relacionados a polícia, política e cidade. Em 1998, integrou a equipe que criou o jornal Extra, ao qual imprimiu seu bom humor em campanhas como a do boneco João Buracão, e no qual ganhou prêmios, inclusive internacionais. “Ele sempre foi conhecido pelas boas sacadas e por fazer jornalismo sério com leveza. Era o que queríamos para o posto”, afirma Mariza Tavares, diretora executiva da CBN. A sutileza sempre tende a falar mais alto.

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