Tubarão na Praia Vermelha? Biólogo explica peixe avistado por jornalista

Segundo Ricardo Gomes, diretor do Instituto Mar Urbano, Mariana Procópio encontrou um bijupirá, espécie de peixe que tem semelhanças com um cação

Por Da Redação
Atualizado em 5 mar 2024, 13h44 - Publicado em 5 mar 2024, 13h43

bijupirá-espécie-peixe — Bijupirá: espécie de peixe que tem semelhanças com um cação, mas é inofensivo e "bobo". (Ricardo Gomes/Instituto Mar Urbano/Divulgação)

Um suposto tubarão agitou a Praia Vermelha, na Urca, e as redes sociais. Em um relato no Instagram, a jornalista Mariana Procopio contou que passou por um grande susto no último sábado (2), ao ter visto o que imagina ser um ao nadar naquele ponto da Baía de Guanabara. De acordo com ela, o encontro teria ocorrido a aproximadamente um quilômetro da areia. No vídeo que postou, Mariana diz que não quer criar pânico, e sim fazer um alerta para outros nadadores.

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“Acabei de ter um encontro com um ‘tubarão’. Algo impensável. Estava há mil metros da água, passou embaixo de mim, veio perto de mim. Parei de nadar, fiquei olhando para ele. Ele vinha e voltava”, contou a jornalista, acrescentando que ficou em pânico na hora, mas depois se acalmou e voltou para a areia nadando com um grupo: “É importante ficar alerta para não nadar sozinho”.

Segundo biólogo diretor do Instituto Mar Urbano, Ricardo Gomes, no entanto, o suposto tubarão é na verdade um bijupirá, espécie de peixe que tem semelhanças com um cação, nome que se dá a qualquer espécie de tubarão: pequenos, filhotes e até mesmo os oceânicos, de grande porte. “Tudo que a Mariana narra se parece com o comportamento do bijupirá. E está na época de ele aparecer na região. Com a água turva da entrada da Baía de Guanabara, é muito fácil fazer essa confusão porque eles são semelhantes. Até um pescador experiente poderia se enganar”, explicou ele ao jornal O Globo. De acordo com o especialista, o bijupirá é um peixe inofensivo e “bobo”, que costuma fugir dos mergulhadores quando é avistado. Bem diferente do comportamento dos tubarões: “De 1931 até hoje, só tivemos sete casos de ataques acidentais no Rio. Eles são raros. Se um tubarão é encontrado, isso é um indicativo de que aquele ambiente está mais saudável. Eles são guardiões da vida marinha, são predadores topo de cadeia e controlam as populações de outros peixes. Avistar um tubarão é um caso para ser comemorado, mas não foi o caso”, acrescentou o biólogo.

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Após ver fotos do bijupirá, Mariana contou ao jornal que realmente achou parecido com o que viu no mar. Mas não ficou totalmente convencida: “Achei parecido, mas o rabo e a boca são diferentes do que me lembro. Mas não sou especialista, não tenho condições de identificar a espécie”, disse.