Continua após publicidade

Quadrilha comprou escolha do Rio para sede da Olimpíada, diz MPF

Organização formada por Cabral, Rei Arthur e Nuzman teria pago 2 milhões de dólares por voto em eleição

Por Redação Veja Rio
Atualizado em 5 set 2017, 13h06 - Publicado em 5 set 2017, 13h03
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Olimpíada Rio 2016

    Publicidade

    A Polícia Federal deflagrou nesta terça (05) a operação Unfair Play. Desdobramento das investigações ligadas ao ex-governador Sérgio Cabral na Lava Jato, a nova ação se baseia em evidências de que uma organização criminosa pagou propina para que o Rio fosse escolhido como sede da última edição dos Jogos Olímpicos.

    Publicidade

    Um dos principais alvos da operação é o Arthur Soares, ex-dono da empresa Facility e conhecido como “Rei Arthur”. De acordo com o Ministério Público Federal, o empresário pagou 2 milhões de dólares ao presidente da Federação Internacional de Atletismo Lamine Diack em troca do voto que confirmou o Rio como palco da Olimpíada de 2016. Representantes do órgão afirmam que a escolha foi um bom negócio para Arthur, que participava de um esquema de propinas para ser o fornecedor preferencial do Governo do Estado de diversos produtos e serviços e se beneficiou dos contratos resultantes da realização da Rio 2016. Arthur e sua sócia Eliane Cavalcante tiveram a prisão preventiva decretada. Até o começo da tarde, ele ainda não havia sido capturado.

    Pela manhã, o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro Carlos Arhtur Nuzman foi levado à sede da Polícia Federal para prestar esclarecimentos e entregar seus passaportes. “Nuzman foi o agente responsável por unir pontas interessadas, fazer os contatos e azeitar as relações para organizar o mecanismo do repasse de propinas”, afirmaram representantes do MPF. Em reportagem publicada no site da revista Piauí, a repórter Malu Gaspar informa que, em depoimento ao Ministério Público Francês, o ex-presidente da Confederação de Desportos no Gelo Eric Walther Maleson afirmou que Nuzman teria ganho a nacionalidade russa em troca de um voto a favor da eleição de Sochi para sede dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2014. A transação seria fruto do temor do dirigente de ser preso no Brasil e garantiria a ele o direito de refugiar no país que sediará a Copa de 2018. Maleson também afirmou que Ruy Cezar Miranda Reis, secretário extraordinário da Copa-14 e Rio-16 do prefeito Eduardo Paes entre 2009 e 2013, relatou-lhe que teria feito pagamentos indevidos em troca votos de membros africanos do Comitê Olímpico Internacional para a escolha da sede da Olimpíada de 2016.

    “Ao comprar votos para a escolha da cidade-sede das olimpíadas de 2016, Arthur Soares e Sérgio Cabral afetaram de forma incomensurável a imagem do Brasil no exterior”, afirmaram os procuradores. Para eles, a escolha do Rio para receber os jogos e as obras de infraestrutura que dela resultaram (como Arco Metropolitano, Maracanã e Linha 4 do Metrô) renderam a Sérgio Cabral e aos demais membros de sua quadrilha milhões de reais pagos em propina.

    Publicidade
    Publicidade

    Essa é uma matéria fechada para assinantes.
    Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

    Domine o fato. Confie na fonte.
    10 grandes marcas em uma única assinatura digital
    Impressa + Digital no App
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital no App

    Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

    Assinando Veja você recebe mensalmente Veja Rio* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
    *Para assinantes da cidade de Rio de Janeiro

    a partir de R$ 39,90/mês

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.