A nova aposta da prefeitura para evitar enchentes na Tijuca
Obras para 'Túnel hidráulico' devem durar dois anos e prevêem desvio de 75% da chuvaa que chega ao Rio Maracanã para galeria subterrânea de grande porte
Depois dos piscinões, um túnel hidráulico subterrâneo. Este é o novo caminho que a prefeitura do Rio pretende seguir para tentar acabar com as enchentes da região da Grande Tijuca. A rede de piscinões foi implantada nos últimos dez anos para receber e acumular as chuvas que caem sobre a Tijuca e a Praça da Bandeira. Agora, o túnel que terá 1.028,6 metros de extensão será usado para desviar 75% das águas que chegam ao Rio Maracanã, que costuma transbordar. O projeto prevê que as galerias de águas pluviais de diversas ruas do Maracanã e do Grajaú – entre as quais Maxwell, Dona Zulmira e Felipe Camarão – sejam captadas pela estrutura, que será implantada entre a Praça Varnhagen e o Rio Joana, nas proximidades do Canal do Mangue. Ao se encontrar com o Rio Joana, a água seguirá por um outro túnel de grande porte construído em 2019, até o Canal do Cunha, desaguando na Baía de Guanabara.
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As intervenções, previstas em uma licitação marcada para o próximo dia 27, vão durar dois anos e incluem também melhorias operacionais em parte dos piscinões. As estruturas da Praça Varnhagen e da Praça Niterói terão as comportas automatizados com o objetivo de acelerar o escoamento da água. Essa regulação de vazão permitirá que os piscinões só sejam acionados nas chuvas mais fortes.
Segundo o presidente da Fundação Rio Águas, Wanderson José dos Santos, em entrevista ao Globo, o novo túnel foi dimencionado após a avaliação de uma série histórica de 25 anos das maiores chuvas que já ocorreram na região. E automatização dos piscinões permitirá que a água escoe por meio da gravidade, sem precisar mais que isso seja feito por bombas, como acontece hoje., o que vai facilitar o escoamento“, disse ele.
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Wanderson explicou que as escavações ocorrerão sem interferências no trânsito. Um dos canteiros de obras será instalado na Praça Emilio Garrastazu Médici, nas proximidades da Uerj. Ali , os operários farão a escavação do túnel, a uma profundidade de até 6,5 metros. O plano final para as enchentes da Grande Tijuca é diferente da concepção original. Em 2010, quando o município anunciou as intervenções, havia um projeto para construir quatro piscinões. Destes, três saíram do papel: Varnhagen, Praça Niterói e Praça da Bandeira, porque os projetos foram revistos e as obras custaram mais do que previsto . Em lugar de o sistema absorver 281 milhões de litros, o projeto que saiu do papel só consegue captar 119 milhões de litros — 42,3% do previsto.