Temor na Barra: prédios retiraram placas sobre veneno, dizem donos de cães
Temerosos, tutores vem adotando cada vez mais cuidados ao passear com seus animais, como optar por novas rotas e andar com as guias mais próximas ao corpo
Após a repercussão dos casos de envenenamento de cães no Jardim Oceânico, na Barra – que levou a Comlurb a fazer uma ação especial de limpeza em mais de dez ruas da região, a fim de eliminar produtos químicos que possam ter provocado a intoxicação dos animais -, as placas alertando para a presença de veneno contra ratos nos canteiros das vias estão sumindo. “Tinham várias placas na rua antes avisando que tinha veneno de rato em um lugar, era uma indicação. Acho que os prédios retiraram para evitar levantar qualquer suspeita, já que tava ali mais para evitar que os bichos entrassem”, observou a tutora Silvia Dias, em entrevista ao Jornal O Globo.
+ Asilo é passado: cariocas 60+ contam com opções de residência 5 estrelas
Na reportagem, a psicóloga Márcia Amaral, de 49 anos, que é dona de um Jack Russel chamado Faísca, também notou a mudança após a faxina. Ela disse acreditar que os avisos podem ter sido colocados como um “falso alarme para evitar que os animais destruíssem as plantas e jardins”.
Donos de cães como elas ainda temem que novos casos de envenenamento possam acontecer na região, e vem tentando adotar cada vez mais cuidados ao passear com seus animais. Muitos adotara novas rotas e andam com as guias mais próximas ao corpo. Ruas como John Kennedy, Zaco Paraná e Ivone Cavaleiro são as que mais preocupam. Interligadas umas as outras, as vias são as mais citadas entre as suspeitas de que uma substância tóxica tenha sido espalhada pelas administrações dos prédios na área nos canteiros para evitar a proliferação de ratos e insetos.
+ Para receber VEJA RIO em casa, clique aqui
A Polícia Civil já tem acesso às imagens das câmeras de monitoramento de trânsito do Jardim Oceânico para investigar o que pode ter levado ao envenenamento dos cachorros e identificar suspeitos de colocar produtos químicos nos canteiros da região. Os agentes querem saber se os cachorros foram intoxicados de forma intencional. Pelo menos quatro pessoas que denunciaram casos de envenenamento estiveram na segunda (10) na Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA). A Polícia Civil pede que as pessoas que tiveram cães afetados procurem a unidade para fazer o registro, para que seja estabelecido um número de vítimas no caso.