Preso nesta segunda (6), o suspeito pelo roubo de parte do ostensório em liga metálica e pedras semipreciosas da Igreja de São Francisco de Paula, no Centro, foi solto horas depois. O acusado, identificado como Raimundo, confessou o crime e foi liberado por ser réu primário e não ter sido preso em flagrante. A peça do século XIX, furtada no sábado (4) e levada por dois outros homens, ainda não foi recuperada. O padre da paróquia, Álvaro Inácio – que chegou a ir atrás do ladrão após indicação de moradores da região e frequentadores do templo religioso, que chamaram a polícia -, acredita que ele possa tê-la vendido para alguém nos arredores da Central ou no Morro da Providência.
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“Ficamos contentes pela mobilização das pessoas, que postaram imagens e estão tentando ajudar para que a peça seja recuperada e devolvida para o lugar dela”, disse o padre que, procurou a Polícia Civil e fez o registro do furto. Como a peça roubada é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a Polícia Federal (PF) também foi acionada e está investigando o caso. No momento em que a peça foi furtada, a igreja estava sendo preparada para um casamento. As grades estavam fechadas, mas a porta principal estava aberta. O suspeito, que vestia apenas uma bermuda, entrou na igreja, às 14h23 de sábado (4).
Imagens de câmeras de segurança mostram quando o homem começa a andar pelo corredor da igreja. Ele para na frente do mostruário que guardava a peça sacra, quebra o vidro de proteção com uma cotovelada e a retira de lá. Na sequência, coloca o ostensório, que pesa mais de 10 quilos, nas costas e anda até a janela mais próxima. O suspeito tenta abrir a janela para escapar, mas não consegue. Na sequência, leva o objeto roubado para a entrada da igreja. As câmeras também registraram o momento em que o ladrão retorna para o corredor sem nada nas mãos. Mais tarde, o homem parece chamar alguém na rua e retorna para o interior da igreja. As câmeras não mostram o final da ação criminosa. Mas, segundo o padre Álvaro, o ladrão separou a peça em dois pedaços. Ele escondeu a maior parte e saiu com o pedaço menor da peça, além de levar uma cruz de madeira e outros pequenos objetos.
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As câmeras de segurança também flagraram dois suspeitos levando a parte de cima da arte sacra no sábado (4). Em nota, a Polícia Civil afirmou que “o caso foi registrado na 5ª DP (Mem de Sá) e investigações estão em andamento para apurar a autoria do crime e esclarecer todos os fatos”. Ainda segundo o pároco, o ladrão voltou à igreja para tentar levar a base que completa o objeto. “A gente viu pelas câmeras que um dos suspeitos voltou aqui de novo para procurar o que tinha escondido, mas não encontrou porque nós já tínhamos recuperado e guardado. Infelizmente, ainda não temos nenhuma novidade nas investigações, e a parte furtada ainda não foi recuperada”, disse ele ao jornal O Dia.
A Igreja de São Francisco de Paula teve as obras iniciadas em 1756 e concluídas no ano de 1801. O altar e a capela foram esculpidos por Mestre Valentim. Ostensórios são usados no momento da adoração eucarística, para receber a hóstia. “Era uma peça muito bonita. Ela ficava exposta para que os fiéis pudessem ver sempre que quisessem. Já não era tão utilizada, por ser uma peça muito grande, tem 1,40m e por ser mais difícil de usar”, explicou o pároco.
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Já no Cemitério São João Batista, em Botafogo, uma estátua de bronze de 1,60m de altura foi furtada. A peça ficava no mausoléu do escritor e médico Cláudio de Souza, que fez parte da Academia Brasileira de Letras (ABL). A supeita é de que o roubo tenha acontecido no fim de semana retrasado. Um pé de cabra foi encontrado jogado na base do mausoléu, que fica na alameda principal do cemitério, que desde 2014 é administrado pela Rio Pax, que vai abrir procedimento interno para apurar o caso.