Um dos maiores motivos de reclamação no Rock in Rio, o atendimento nas praças de alimentação melhorou. Empresas como o Bob’s e o Habib’s disponibilizaram mais atendentes e equipamentos, e as filas quilométricas diminuíram desde a última quinta (29). O esforço deu resultados, mas nem todas as lanchonetes cumprem um direito básico do consumidor: o de fornecer nota fiscal.
Visitamos dez estabelecimentos. Nenhum disponibilizou a nota espontaneamente. Foi preciso pedir pelo papel e, mesmo assim, seis casas disseram não dispor do comprovante no Rock in Rio. No Informal, a atendente disse que era preciso seguir até outra unidade do bar, distante dali, para conseguir um. Já na loja da pizzaria Domino’s, um aviso informava que a casa estava isenta de entregar o papel.
O advogado carioca Paulo Rodrigues acha que falta informação aos consumidores. “Nenhuma das lojas em que estive disponibilizou o número do CNPJ em área visível. Isso é obrigatório e o público fica sem ter como reclamar”. A médica Cristiane Costa, que fez um pedido no Koni Store, também não recebeu o comprovante da compra. “A estrutura está boa. Mas não recebi nota fiscal em nenhum lugar”.
O comprovante fiscal é fundamental para a arrecadação de impostos. Sem ele, as empresas podem sonegar o que foi vendido. E o volume de vendas do Rock in Rio é monumental. Nos sete dias da festa, passarão pela Cidade do Rock 100 00 pessoas a cada dia. Somente na rede de massas Spoleto, foram 12 550 atendimentos nos primeiros quatro dias, 12% acima do que era esperado. No Bendita Fruta, que vende sorvetes feitos à base de iogurte, foram vendidas 8 000 unidades até quinta, quase 2 500 potes de iogurtes diariamente.