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Casa da Democracia: Palácio Tiradentes passa por ‘faxina’ para virar equipamento cultural

Além da retirada de divisórias e fios, já foram catalogados 705 móveis históricos de prédio que foi sede Câmara dos Deputados e da Alerj

Por Paula Autran
Atualizado em 1 nov 2021, 07h13 - Publicado em 1 nov 2021, 07h12
Vista aérea da antiga sede da Assembleia Legislativa do Rio, o Palácio Tiradentes
Palácio Tiradentes: endereço do Poder Legislativo desde 1926, primeiro como Câmara dos Deputados e depois como Alerj. (Thiago Lontra/Alerj/Divulgação)
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Primeiro prédio a ser construído especificamente para ser sede de uma Casa Legislativa brasileira, depois de mais de nove décadas o Palácio Tiradentes está prestes a ser oficialmente promovido a Casa da Democracia Brasileira.  Após a transferência dos trabalhos legislativos para o edifício Lúcio Costa, há cinco meses, o  antigo prédio da Câmara dos Deputados, de 1926 a 1960, e ex-sede da Assembléia Legislativa do Rio (Alerj), até julho deste ano, está passando por uma espécie de faxina. É o primeiro passo para que possa se tornar um novo equipamento cultural do estado. Afinal, ali está reunido um grande e importante acervo histórico, a começar pela construção arquitetônica, incluindo mobiliário e pinturas.

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“Ao longo dos anos, o prédio foi sendo adaptado para receber novas tecnologias, foram surgindo muitos puxadinhos, divisórias, fios. Estas coisas precisavam ser retiradas rapidamente. Estamos quase terminando este trabalho”, diz a assessora especial da Alerj Maria Lúcia Horta, que está à frente do trabalho de restauração do Palácio.

Segundo Maria Lúcia, já foram catalogados 705 móveis históricos distribuídos pelos cinco andares do edifício. Do total, 226 são cadeiras do plenário. Há ainda “poltronas de imbuia de tom noyer-ciré (noz encerado) e forradas em veludo Boticelli, do neorrenascimento francês, em estilo Francisco I”, na decoração do Salão Nobre. E “austeras cadeiras em jacarandá e couro da Biblioteca e seu Salão de Leitura”, além “mosaicos e estofados que se distribuem pelas salas de lideranças partidárias, imprensa e Plenário”, em estilo Luiz XVI. Outro destaque é “o toque do gótico português na decoração neomanoelina da Sala da Presidência e da antiga Vice-Presidência da Câmara”.

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A proposta da criação da Casa da Democracia Brasileira ainda está em fase de alinhamento de perfil. Um dos projetos iniciados é o da Oficina Escola de Restauro e Conservação, que está sendo estruturada com a Escola do Legislativo (Elerj). “A escola é um sonho. Queremos preparar profissionais para este trabalho tão importante. Eles poderão atuar como artífices no campo de restauração, com aulas práticas e teóricas, numa perspectiva de educação patrimonial“, planeja Maria Lúcia, que quer começar os trabalho nas áreas de mobiliário, metais e vitrais. Na sequência virão pintura, estuque, cantaria, mosaicos e outros elementos pétreos.

 

Vista do interior do Palácio Tiradentes
O antigo plenário da Alerj: 705 móveis já cadastrados, sendo 226 cadeiras instaladas ali. (Alerj/Julia Passos/Divulgação)

Também está sendo elaborado um Centro de Pesquisa com o acervo da Biblioteca da Casa, que abriga obras centenárias, além de cópias dos diários oficiais do estado. “Brasília saiu dali. O que temos de República saiu dali”, lembra Maria Lúcia.

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Há ainda um bom acervo de fotos do palácio feito pela equipe da comunicação social, que deve gerar uma exposição. Além disso, as visitas guiadas devem ser retomadas até o fim do ano. Até lá, exposição de Dante Alighieri segue aberta, no Salão Nobre.

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