Grupo de mulheres com câncer usa a canoa havaiana como tratamento
Equipe Rosas Va'a e o Projeto Brio, com atletas que tratam da doença, disputam o campeonato estadual que acontece em Niterói este fim de semana
A primeira etapa do Campeonato Estadual de Canoa Havaiana terá a presença de mulheres que fazem tratamento ou estão de alta por causa do câncer. Elas integram as equipe Rosas Va’a e o Projeto Brio, criadas como incentivos voltados para a saúde. A competição acontece na Praia de São Francisco, em Niterói, neste sábado (2) e no domingo (3), com mais de 800 atletas confirmados. Esta etapa do campeonato, estilo maratona, terá provas de 10km e 20km para OC6 (canoas com equipes de seis atletas) e provas de 8km e 16km para canoas individuais (OC1/V1). A premiação total, distribuída entre as categorias, será de 30 mil reais – valor inédito para o esporte no estado do Rio de Janeiro.
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A equipe Rosas Va’a, do Hei Hei Va’a Team Mirage, de Niterói, vai disputar a prova dos 10km e terá o time completo de seis atletas para a canoa OC6. O projeto nasceu com Anna Amorim, que que tinha um câncer de mama. Incentivada por sua irmã, que era remadora, ela procurou seu médico para fazer um esporte, e a canoa havaiana foi a mais indicada: “Ai começaram a aparecer outras histórias de pessoas com a doença. Achava que elas queriam só remar, mas elas começaram a competir”, conta Letícia Mendez, que teve um melanoma e que é a treinadora da equipe há cerca de dois anos. Das sete atletas, seis estão em tratamento ou já tiveram alta. Elas contam com apoios de nutricionista, psicólogo e médico, além de dois outros treinadores, Heraldo Carvalho e Paulo Veloso. Segundo Letícia, a maioria das remadoras sofria de depressão. “A canoa mudou a vida delas”, conta a treinadora.
Cris Berton, que terminou o tratamento de um câncer de mama em outubro do ano passado, também disputará o campeonato na OC6, na categoria Estreante Feminina, pela equipe HOA Aloha na distância 10km. Com a ajuda do esporte, ela conseguiu ter alta e hoje faz uso de medicação controlada em casa. Sua mãe também tem a doença, assim como seu marido, que que trata de um câncer na próstata que se espalhou para os ossos. A partir de sua experiência, ela criou o Projeto Brio, com base em Charitas, em Niterói, e o Brio Kids, visando a inclusão de crianças com comorbidades e problemas de saúde, juntamente com o Keiki Kids.
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“Tenho dois meninos com autismo, um com Síndrome do Pânico e outro diabético. O Brio é um projeto itinerante. Ele nasceu para inclusão, para agregar, está tomando um caminho muito bacana pois sendo itinerante as pessoas vão procurar e eu encaminho para as bases que queiram fazer essa parceria e cada clube deixa um banco livre para a criança com comorbidade”, conta a atleta.