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Microempresas vendem para o exterior para driblar dificuldades

Companhias se preparam para ganhar o mundo com itens que vão de sabonetes a relógios

Por Saulo Pereira Guimarães
27 nov 2017, 19h13
(Divulgação/Agência Brasil)

O carioca já se acostumou com o trânsito mais leve, as placas de aluga-se e vende-se e outros sinais. Afinal, a crise acompanha a cidade há algum tempo. Entre 2014 e 2016, o PIB fluminense encolheu de R$ 671 bilhões para R$ 652 bilhões, de acordo com números do governo estadual. Com o cenário difícil, os empresários apostam cada vez mais nas exportações, como VEJA Rio noticiou no começo do mês. Só de janeiro a agosto, as companhias daqui venderam R$ 50 bilhões em produtos e serviços para clientes no exterior, segundo a Firjan. Ainda fora dessa conta, firmas de menor porte também se preparam para driblar a crise conquistando o mundo. Com micro e pequenas empresas representando 90% dos usuários, o Exporta Fácil dos Correios registrou aumento de 70% na quantidade de envios de 2015 para 2016. E o Rio está entre os cinco estados que mais usam o serviço.

Com foco em Estados Unidos e Europa, as pequenas exportadoras têm trajetórias parecidas. Na maioria das vezes, são empresas que passaram por uma preparação antes de ingressarem no mercado internacional e devem fechar 2017 enviando os primeiros itens ao exterior. Um exemplo é a EcoClubRio, que comercializa fraldas impermeáveis e outros produtos de moda praia para crianças de até 6 anos via internet. “Começamos importando dos EUA e hoje queremos exportar para eles”, afirma Flávia Manahu, dona da marca. Criada em 2015, a Maré Relógios produz equipamentos com o menor impacto ambiental possível, utilizando material reaproveitado da embalagem feita com madeira de demolição ao mostrador de papel reciclado pintado com urucum e outras tintas orgânicas. De acordo com o fundador da empresa João Victor Azevedo, o reconhecimento obtido no Brasil é uma das vantagens de vender no exterior. Maristela Simões tem opinião parecida. Sua companhia que fabrica sabonetes artesanais com forma e cheiro de frutas se prepara para mandar as primeiras remessas do produto para Miami e negocia acordos com Canadá e França. “Para nós, a saída para a crise foi o Galeão”, resume a empresária.

Entretanto, vender para fora pode não ser tão fácil como parece. O primeiro desafio é entender toda burocracia relacionada à atividade, que varia de acordo com o setor. Com o objetivo de auxiliar as pequenas empresas nesse sentido, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) oferece atividades de formação aos interessados. Apenas na cidade do Rio, 176 empresas já foram atendidas pelo Programa de Qualificação para Exportação (Peiex), uma das iniciativas do tipo da entidade. Graças a ela, os empreendedores descobriram o signficado de palavras como ex-works, termo usado na área para um regime de venda no qual o comprador fica responsável por pagar as taxas de exportação. Além disso, os empresários recebem noções de negociação e sobre como adequar seus produtos ao mercado internacional. “Como somos muito informais aqui no Rio, fazer negócios com alemães e belgas, às vezes, é um pouco difícil”, exemplifica Azevedo.

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Embora não sejam vistas como a solução definitiva de todos os problemas, as exportações são enxergadas pelos empresários como uma ajuda importante nas vendas e que deve manter seu valor mesmo depois que a crise passar. Tanto Flávia como Maristela esperam vender 30% do que produzem para clientes fora do Brasil nos próximos anos. Já João tem uma meta ainda mais arrojada e quer comercializar no exterior 40% dos relógios que fabrica, faturando com isso cerca de R$ 120 mil por ano até 2019. Se tudo que é ruim tem sempre um lado bom, a invasão de produtos e serviços fluminenses em várias partes do mundo pode ser vista como um legado positivo a ser deixado pela crise.

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