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Recuperação do mangue de Gramacho mostra poder de renovação da natureza

Revitalização da área que abrigou aterro sanitário aponta que ecossistema pode chegar a 5 milhões de metros quadrados somente em Caxias

Por Luiza Maia
Atualizado em 31 Maio 2021, 18h20 - Publicado em 31 Maio 2021, 18h19

A natureza tem mostrado sua capacidade de regeneração em uma área de 1,3 milhão de metros quadrados, ao lado do terreno onde por décadas funcionou um dos maiores aterros sanitários da América Latina. Ao comparar imagens do manguezal de Gramacho de 1995 com fotos atuais, especialistas perceberam que o espaço foi plenamente recuperado.

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A revitalização do escossistema localizado às margens da baía de Guanabara em Caxias, na Baixada Fluminense, é mérito de um trabalho de quase 25 anos do biólogo Mário Moscatelli, que atua junto a uma abnegada equipe. Hoje em dia, a área é administrada pela Comlurb.

De acordo com Moscatelli, o avanço na recuperação de uma área com a vegetação antes dizimada, porque recebia litros e litros de chorume do aterro sanitário a cada dia, é um indício de que é possível também recuperar outros manguezais ao redor da baía de Guanabara, o que aumentaria a área em 5 milhões somente nesta região.

“É cientificamente comprovado que os manguezais sequestram quatro vezes mais carbono do que qualquer outro tipo de floresta. E a capacidade de armazenamento é dez vezes superior, o que torna a preservação desse ecossistema ainda mais relevante”, defende o biólogo.

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Foto mostra manguezal deteriorado em Gramacho
Antes: foto de 1999 mostra que a área degradada à época em que recebia chorume continuamente do aterro de Gramacho (./Divulgação)

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As ações diárias envolvem o replantio de mudas de espécies nativas, como o mangue-vermelho (Rhizophora mangle), o mangue-negro (Avicennia schaueriana) e o mangue-branco (Laguncularia racemosa), que garantem uma barreira física com ajuda de telas para que o lixo, proveniente em grande parte dos rios Iguaçu e Sarapuí, não atinja o manguezal.

Pessoa de casaco vermelho anda entre bosque de mangues
Depois: um bosque no mangue. A vegetação foi plantada há apenas 8 anos (Divulgação/Divulgação)

Aos poucos, mesmo com o impacto dos dejetos, a vida retorna ao espaço. Já circulam por lá capivaras, lontras, peixes mais resistentes, como o robalo e a tainha, e diferentes espécies de caranguejos.

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Nos últimos 100 anos, a região metropolitana do Rio perdeu 40% dos seus manguezais. Consideradas berçários naturais para diversas espécies, essas zonas de transição entre o ambiente marinho e o terrestres são fundamentais para garantir a vida, além de atuarem na linha de frente de proteção contra o aumento do nível do mar. A revitalização desse ecossistema também dá abertura ao ecoturismo, gerando oportunidades de emprego e renda.

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