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Responsável por pacificação no Dona Marta, major ganha prêmio nos EUA

Primeira representante do sexo feminino a comandar uma UPP, Pricilla de Oliveira Azevedo é agraciada com o Prêmio Internacional Mulheres de Coragem

Por Da Redação
Atualizado em 5 dez 2016, 15h42 - Publicado em 7 mar 2012, 21h40

No comando da primeira Unidade de Polícia Pacificadora da cidade, na favela Dona Marta, em Botafogo, a major Pricilla de Oliveira Azevedo comandou 125 policiais em luta contra o tráfico. Um feito histórico que completa quatro anos e mudou a política de segurança pública do estado, baseada até então no enfrentamento. Pela atuação, a policial é agraciada na quinta (8), dia dedicado às mulheres, com o Prêmio Internacional Mulheres de Coragem. O evento acontece em Washington, nos Estados Unidos e a homenagem será pela secretária de estado americana, Hillary Clinton. Também está confirmada a presença da primeira-dama americana, Michelle Obama, e de mulheres ativistas de outros países. O feito rendeu ainda o prêmio Cariocas do Ano, dado por VEJA Rio à policial em 2009.

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Livres do domínio da bandidagem desde a instalação da UPP, em 2008, os moradores da comunidade vivem uma nova realidade longe. Os estampidos secos não têm sido ouvidos nos arredores do morro desde 19 de dezembro de 2008, quando a favela virou laboratório para uma nova política de segurança pública. Depois de expulsar os traficantes numa operação que mesclou serviço de inteligência e combate por oito meses, a Polícia Militar do Rio de Janeiro adotou o policiamento comunitário para garantir a tranquilidade: pôs 125 homens em contato diário com os moradores, tornou a área acessível para todos os cariocas e ajudou o estado a oferecer serviços básicos. A nova ordem tem uma liderança cuja aparência é frágil como a paz no morro. Com 1,65 metro de altura, Pricilla de Oliveira Azevedo é a responsável pela experiência pioneira entre as 968 favelas da cidade.

A capitã foi convidada para a missão depois de passagens pelos batalhões de Itaboraí e Olaria. “Ela teve uma atuação destacada com comunidades em áreas conturbadas”, explica o secretário estadual de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, responsável pela escolha junto com o comando-geral da Polícia Militar. Chefe de Pricilla durante boa parte da carreira dela, o coronel Marcus Jardim, líder do Primeiro Comando de Policiamento de Área (CPA), afirmou que a opção chacoalhou as percepções sobre a PM. “Ela passa uma imagem diferente e eclética: é firme, mas também sabe ser parceira da população e manter um bom diálogo.”

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Pricilla decidiu seguir a carreira por influência de um tio sargento. “Ele sempre foi o centro das atenções na família e isso me contaminou”, conta. “Policial é quem todos procuram para resolver os problemas.” Por questões de segurança, é bastante reservada sobre sua vida pessoal. Filha de um bancário aposentado e de uma professora, ela diz que não é casada nem é mãe. Não revela sequer o bairro onde mora. Tamanha cautela tem explicação: em setembro de 2007, sofreu um sequestro-relâmpago quando saía de carro, a poucos metros de casa. Foi espancada com socos e pontapés e levada para o interior de uma favela, de onde conseguiu escapar. “Não sei como tenho os meus dentes inteiros”, afirmou. “Essa experiência me deixou com mais vontade ainda de ser policial. Para a família foi assustador demais.”

No Dona Marta ela virou de fato o centro das atenções. De empregos a vagas em hospital, não há limite para os pedidos que Pricilla ouve na favela. Mas também sobram caras amarradas por lá. Criado na década de 40, com estimados 12 000 moradores, o lugar experimentou pela primeira vez um choque de legalidade. No labirinto da favela, Pricila teve de se equilibrar entre força e simpatia para domar um território antes hostil.

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