Continua após publicidade

Luiz Antonio Simas: “Existe uma tentativa de domesticar o Carnaval”

O historiador participou do projeto Cena Carioca, com a colunista Rita Fernandes, no Instagram de VEJA Rio

Por Bruna Motta
Atualizado em 17 ago 2020, 20h32 - Publicado em 17 jul 2020, 20h49
  • Seguir materia Seguindo materia
  • O jornalista Luiz Antonio Simas foi o convidado desta sexta (17) do Projeto Cena Carioca, série de lives conduzidas pela jornalista e colunista de VEJA Rio Rita Fernandes no Instagram da publicação. Durante o encontro on-line, Simas falou sobre as ancestralidades cariocas, o samba e as perspectivas para o futuro, quando a pandemia causada pelo novo coronavírus virar história. Abaixo, confira trechos da conversa:

    Publicidade

    Disputa pela rua

    Publicidade

    As manifestações culturais de rua precisam pensar o coletivo. E as ruas precisam estar ocupadas culturalmente. Inclusive, precisamos ocupando contra o poder político vigente. A domesticação da rua é mais profunda do que a gente imagina. Quando tem a morte da barbearia, do açougue da esquina, da quitanda… Toda a nossa sociabilidade morre com eles. Temos que ter a perspectiva cotidiana da ocupação da rua. Não com eventos pontuais, mas com uma ocupação diária.

    +Marina Iris: “O governo não está fazendo um favor ao apoiar artistas”

    Publicidade

    Carnaval

    Existem alguns setores da sociedade que querem domesticar essa festa popular, e isso tira o sentido do Carnaval. Tem uma instância vinculada ao discurso moral e com avanço da cultura neopentecostal (nem todos, porque temos evangélicos abertos ao diálogo), esses setores operam no discurso da moralidade. Outra instância é o discurso da ordem pública. Por último, e bastante perigosa, é a instância do mercado, que se preocupa com a circulação de capital. O sentido da festa é construir uma sociabilidade. Nas festas de rua, o que vale é o coletivo.

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    + Para receber VEJA RIO em casa, clique aqui

    Escolas de samba

    Publicidade

    Por incrível que pareça, já tivemos momentos piores no Carnaval da Sapucaí. A virada dos anos 2000 foi terrível. O pior momento da história das escolas foi exatamente foi quando o dinheiro entrava mais fácil nas escolas. Nessa época, as agremiações foram cooptadas por uma lógica do mercado e de turismo. Os enredos eram basicamente propaganda. Quando o dinheiro começou a sumir, o nível dos enredos melhorou muito. Leandro Vieira só conseguiu fazer um enredo extremamente politizado Na Mangueira em 2019 porque não havia patrocínio.

    +Leandro Vieira: “Não é hora para falar de Carnaval”

    Publicidade

    Liesa

    A Liga das Escolas de Samba do Rio precisa se renovar urgentemente. O carnaval se vende mal. A Liesa perde várias oportunidades de lucrar… Poderia haver um museu, um site com todas informações sobre o Carnaval carioca… Não existem! A Liesa se preocupa pouco com a memória do Rio de Janeiro, e isso atrapalha a vida do pesquisador de Carnaval, por exemplo.

    +Xande de Pilares: “Se prejudicar o povo, melhor não ter Carnaval em 2021”

    Gramática do Samba

    O samba não se fundamenta na letra, mas no corpo, nos tambores que estão batendo. As gramáticas do tambor são muito sofisticadas e surpreendentes. Conhecer essa gramática faz com que a gente ganhe percepção de mundo, porque envolve todos os seus sentidos. Fico feliz em ver mestres de bateria – uma garotada – preocupada em fazer a conexão da tradição e contemporâneo.

    Assista ao vídeo da entrevista:

    Continua após a publicidade

    Publicidade
    Publicidade

    Essa é uma matéria fechada para assinantes.
    Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

    Domine o fato. Confie na fonte.
    10 grandes marcas em uma única assinatura digital
    Impressa + Digital no App
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital no App

    Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

    Assinando Veja você recebe mensalmente Veja Rio* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
    *Para assinantes da cidade de Rio de Janeiro

    a partir de R$ 39,90/mês

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.