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Lixo preocupa moradores do Rio, que não sabem como lidar com ele

96% consideram reciclar importante, mas 72% não separam recicláveis, diz pesquisa

Por Saulo Pereira Guimarães
Atualizado em 22 jun 2018, 07h30 - Publicado em 22 jun 2018, 07h30
Juliana Faria: “Até hoje, não tenho certeza se não misturam o que separo em casa” (Felipe Fittipaldi/Veja Rio)

Com a melhor das intenções, Juliana Faria, moradora da Barra, abriu espaço para uma lixeira azul em seu apartamento. Marco da entrada da coleta seletiva na rotina da publicitária, o recipiente reúne, desde fevereiro, a parcela de seu lixo destinada à reciclagem. No condomínio, inclusive, há caçambas exclusivas para esse tipo de resíduo. O problema nessa história virtuosa é o final ainda em aberto. “Até hoje, não tenho certeza se não misturam o que separo em casa”, confessa Juliana. Na dúvida, ela segue fazendo a sua parte, ao contrário da maioria dos fluminenses. Realizada a pedido da companhia de bebidas Ambev, uma pesquisa do Ibope divulgada neste mês revela que 96% dos moradores do Estado do Rio consideram a reciclagem importante para o futuro do planeta. Lindo. No entanto, segundo o mesmo estudo, 72% dos entrevistados não separam materiais recuperáveis no lixo de casa. “As pessoas têm consciência ambiental, mas não sabem como colocá-la em prática”, resume Filipe Barolo, gerente de sustentabilidade da Ambev.

(Arte/Veja Rio)

O objetivo da enquete foi lançar luz sobre a relação dos cidadãos com aquilo que descartam. Para três em cada quatro consultados, o meio ambiente é uma das maiores preocupações atuais. Um porcentual equivalente considera o detrito responsabilidade de quem o produz — mesmo depois de jogado fora. Por outro lado, 64% admitiram saber pouco sobre separação de rejeitos, e o desconhecimento a respeito de cooperativas de reciclagem atingiu 78% do grupo. Apenas 3% tinham consciência, por exemplo, de que as caixinhas do tipo longa-vida, usadas por marcas de leite e sucos, podem ser reaproveitadas. A Comlurb e outras empresas de coleta atuam basicamente na logística: fazem a sujeira sumir da porta das casas. Isso é ótimo mas, de certa forma, contribui para a ignorância da população. “Falta informação, faltam campanhas sistemáticas de conscientização”, avalia Luciana Freitas, gerente de resíduos da Bolsa de Valores Ambientais do Rio.

(Arte/Veja Rio)

Como se sabe, os habitantes da Terra estão abusando. Fundada em 1970, e hoje mantida por uma rede de 100 000 profissionais mundo afora, a Associação Internacional de Resíduos Sólidos publicou, em março, um relatório mostrando que 25 milhões de toneladas de sobras vão parar nos mares todo ano. As reações à tragédia anunciada existem, mas ainda são tímidas. No último dia 7, a Câmara Municipal do Rio aprovou lei que obriga ambulantes, bares e restaurantes a trocar os canudos de plástico por versões de papel. Todo esforço é bem-vindo, já que as casas cariocas produzem 4 750 toneladas de restos por dia. Desse total, porém, apenas 3% são recuperados, informa a Comlurb. “Mandar recicláveis para aterros é gastar à toa com transporte e diminuir a vida útil desses espaços”, explica Paulo Ribeiro, consultor na área e coordenador do projeto Recicoleta. Dica: o site Rota da Reciclagem lista cerca de 100 pontos de entrega voluntária, cooperativas de catadores e até lojas onde se compra material que pode ser reaproveitado. Faça como a Juliana e passe da preocupação à ação. A natureza agradece. ß

 

 

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